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90% das demissões serão feitas em 2005; mundialmente, 60% dos resultados da GM e da Ford no primeiro semestre de 2004 resultaram de atividades financeiras

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A General Motors (GM) anunciou nesta quinta-feira (14/10) que vai eliminar até 19% da força de trabalho na Europa - o equivalente a 12 mil postos -, concentrando 90% das demissões no próximo ano. A informação foi publicada pelo jornal americano The Wall Street Journal, que qualificou a medida como "o mais recente esforço de reestruturação" da GM em território europeu, onde acumula prejuízos de 2 bilhões de dólares nos últimos quatro anos. As demissões são parte de um programa de corte de 617 milhões de dólares de custos anuais das dez fábricas que a maior montadora do mundo opera no continente, incluindo a Opel alemã e a Saab sueca. A meta deverá ser alcançada até o final de 2006.

Trata-se de mais um indício do mau momento pelo qual passa a indústria automobilística como um todo. O nível médio de capacidade ociosa das plantas espalhadas pelo mundo é de 25%, quando não poderia ultrapassar os 20% para que o negócio de fabricação de carros tivesse rentabilidade sustentável (no Brasil, a ociosidade é de quase 40%; leia reportagem de EXAME <a href=http://portalexame.com/edicoes/827/economia/conteudo_50027.shtml><u>sobre as dificuldades da indústria automobilística</u></a>). Mundialmente, GM e Ford tiveram mais lucro no primeiro semestre deste ano com suas atividades financeiras do que com a produção de automóveis.

Representantes da GM afirmam que a decisão sobre o tamanho do corte de pessoal em cada uma das dez montadoras da companhia na Europa será negociada com representantes dos trabalhadores. Em comunicado reproduzido por The Wall Street Journal, Fritz Henderson, presidente do conselho da GM Europa, afirma que "com perdas desde 1999 e nenhuma indicação razoável de que o mercado ou as condições econômicas vão melhorar substancialmente nos próximos anos, não há escolha senão adotar medidas duras para assegurar nosso sucesso de longo prazo (...) é evidente que o negócio precisa ser significativamente aprimorado". "Não estamos ganhando dinheiro".

A GM mundial divulgou hoje seus resultados do terceiro trimestre, de 440 milhões de dólares de lucro líquido, 3,5% acima do apurado há um ano - mas a divisão de automóveis deu prejuízo de 130 milhões de dólares, ante lucro de 34 milhões em mesmo período de 2003. Já a GMAC, a unidade de financiamento de imóveis e carros da empresa, apresentou lucro líquido de 656 milhões de dólares no terceiro trimestre.

O faturamento somou 44,86 bilhões de dólares. Na Europa, as perdas se ampliaram para 439 milhões de dólares, em comparação com prejuízo de 251 milhões há um ano.

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