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Mastercard lança sistema que aceita cartões em ônibus e trem

Projeto permite que usuários do transporte público paguem passagens com cartão de crédito, débito e pré-pago apenas por aproximação, sem a necessidade de senha

Mastercard: a meta é que os cartões "sem contato" sejam aceitos no transporte das principais capitais até 2017

Luísa Melo

Publicado em 13 de outubro de 2016 às 17h46.

São Paulo - A Mastercard acaba de lançar um sistema que permite que usuários do transporte público paguem suas passagens com cartão de crédito, débito e pré-pago apenas por aproximação, sem a necessidade de digitar senha.

O projeto foi construído em parceria com emissores de cartões , operadoras de ônibus e trens e adquirentes (as empresas de "maquininhas").

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Ele já funciona em fase piloto na região metropolitana do Rio de Janeiro (na Central do Brasil e nas principais estações da linha Deodoro) e de São Paulo (na linha de ônibus Diadema-Berrini). No mês que vem, chegará à Grande Curitiba.

A meta é ousada: estar nas "principais capitais" do país até dezembro de 2017.

O novo mecanismo só funciona para usuários de cartões com a tecnologia de pagamento sem contato, chamada EMV, que é identificada por um símbolo com três "anteninhas".

Até o fim do ano, a Mastercard pretende colocar 1 milhão desses cartões no mercado. Para isso, já fechou acordo com emissores como a Caixa e o banco digital Original e também a Acesso, de produtos pré-pagos.

"Se o validador do terminal ou do ônibus tiver o símbolo da Mastercard e da EMV, basta aproximar o cartão", explica Alexandre Brito, vice-presidente de Desenvolvimento de aceitação, varejo e novos negócios da companhia para o Brasil e Cone Sul.

No caso de cartões que funcionam tanto com débito quanto com crédito, fica a critério do banco definir qual função será ativada. Em 95% dos casos, de acordo com a Mastercard, a escolhida é a de débito.

Por medida de segurança, o sistema autoriza o pagamento sem contato e sem senha em transações de até 50 reais.

Quem tem o serviço Samsung Pay também poderá usar a novidade, pagando a passagem pelo celular.

O foco da Mastercard são as pessoas que usam ônibus, metrô e trem esporadicamente, que não possuem passes para diversas viagens e compram bilhetes individuais com dinheiro em espécie.

"A gente quer acabar com o dinheiro. Nosso sistema proporciona segurança e simplicidade. Ele elimina a necessidade de carregar dinheiro, evitando roubos, e também traz a conveniência de passar pela catraca direto, sem enfrentar filas para carregar o cartão", crava Brito.

Nas contas da empresa, o transporte público arrecada aproximadamente 80 bilhões de reais por ano e 30% dessas vendas são feitas em dinheiro (ou seja, 24 bilhões de reais).

Segundo dados da consultoria Value Partners cedidos pela Mastercard, um aumento de 10% no uso de meios de pagamento eletrônicos poderia expandir o PIB brasileiro em 1%.

Parceiros

Os leitores dos cartões sem contato são fornecidos pela Gertec. Já a adquirente, que faz liquidação financeira das transações, é a Stone.

As empresas de transporte que já participam do projeto são a Supervia (do Rio de Janeiro), Metra (em São Paulo) e Metrocard (Paraná).

A Mastercard não revela quanto dinheiro colocou iniciativa, que começou a ser elaborada há cerca de 1 ano e meio, mas diz que foi o aporte mais relevante em novas tecnologias feito neste ano.

"Foi um investimento de 10.000 horas/homem, incluindo o trabalho de nossos parceiros", conta Brito.

Experiências anteriores

O uso do cartão sem contato no transporte já é uma realidade em lugares como Londres e Singapura.

Em Londres, onde está disponível há dois anos, já responde por cerca de 30% das vendas do sistema de trens e metrôs, segundo a Mastercard, o equivalente a 1,2 milhões de transações por dia.

Em Singapura, o sistema permitiu a medição dos horários de pico e o redirecionamento dos passageiros através de descontos para viagens nos momentos de menor circulação.

"Com isso, o sistema de transporte do país economizou entre 200 e 300 milhões de dólares, porque não precisou comprar mais vagões, que não foram deteriorados", disse Brito.

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