EIKE BATISTA: o empresário é acusado de pagar propinas para obter facilidades / Fernando Lemos/EXAME
Da Redação
Publicado em 26 de janeiro de 2017 às 06h03.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h07.
O empresário Eike Batista foi alvo de um mandado de prisão no início da manhã desta quinta-feira, em sua casa, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O empresário não foi encontrado – segundo seu advogado, está viajando, e vai se apresentar à Polícia Federal. O pedido de prisão é parte da Operação Eficiência, a segunda fase da Operação Lava-Jato no Rio. Segundo o Ministério Público Federal, Eike é acusado de ter pago propinas para conseguir facilidades na época em que Sérgio Cabral era governador do estado. Recentemente, foi divulgado que Cabral usou em 13 oportunidades um gatinho de Eike enquanto era governador – na época, Eike se limitou a dizer que havia deixado a aeronave à disposição do governador.
Ao todo, a Operação Eficiência inclui nove pedidos de prisão preventiva e 40 mandados de busca e apreensão expedidos pelo juiz federal Marcelo Bretas. Bretas pediu também a prisão de Sérgio Cabral, já detido em Bangu, e do executivo Flávio Godinho, ex-executivo do grupo EBX e atual vice-presidente do Flamengo, acusado de ocultar e lavar dinheiro de propina.
Eike chegou a ser o sétimo homem mais rico do mundo e tinha uma miríade de negócios envolvendo os governos estadual e federal. Uma de suas empresas, a OSX, era uma das principais fornecedoras de equipamento de exploração para a Petrobras. Depois de anunciar planos de chegar ao topo dos homens mais ricos do planeta, entrou em derrocada depois que os poços de petróleo de sua petroleira, a OGX, se mostraram inviáveis comercialmente. Acumulou dívidas e chegou a ter patrimônio negativo. Recentemente, anunciava planos de voltar aos holofotes com negócios tão inusitados como um inovador creme dental. O mandado de prisão expedido hoje deve ser o golpe de misericórdia em sua midiática trajetória.