Mais 3 barragens da Vale têm nível de alerta elevado em Minas Gerais
Com isso, chega a quatro o número de represas da companhia em Minas em alerta máximo para rompimento em menos de uma semana
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de março de 2019 às 05h54.
Última atualização em 28 de março de 2019 às 05h55.
Belo Horizonte - Mais três barragens da Vale em Minas Gerais foram colocadas em alerta máximo para rompimento nesta quarta-feira, 27. Duas ficam em Ouro Preto e uma em Nova Lima, no distrito de São Sebastião das Águas Claras, conhecido como Macacos. Sirenes foram acionadas, como protocolo, na zona de autossalvamento (ZAS) das três barragens. As estruturas deixaram o nível 2 e passam para o nível 3 de segurança, o que significa risco iminente de ruptura. A barragem em Nova Lima é a B3/B4. Em Ouro Preto são as estruturas Forquilha I e Forquilha III.
As informações são do coordenador-adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, Flávio Godinho, que afirmou não terem ocorrido retiradas de moradores nesta quarta. Moradores da zona de autossalvamento das estruturas foram retirados de casa em 16 de fevereiro, no caso de Nova Lima, e no dia 20 do mesmo mês, em relação a Ouro Preto. No caso da barragem de Macacos, 305 moradores foram obrigados a deixar suas casas. Em Ouro Preto, a evacuação somou aproximadamente 75 pessoas.
Uma comunidade em Nova Lima, chamada Honório Bicalho, apesar de estar fora da zona de autossalvamento, poderá ser evacuada ainda esta noite, segundo Godinho. Ainda conforme o representante da Defesa Civil, não há possibilidade de a lama das barragens em Ouro Preto atingirem a região central da cidade.
Com as elevações desta quarta, chega a quatro o número de represas da Vale em Minas em alerta máximo para rompimento em menos de uma semana. Na sexta-feira, uma represa de rejeitos da mineradora em Barão de Cocais também recebeu nível 3 de segurança. A cidade vive em estado de vigília desde então.
Desde fevereiro, com a subida para o nível de segurança 2 da barragem Sul Superior, da mina de Gongo Soco, cerca de 6 mil dos 28 mil moradores da cidade, habitantes das margens do Rio São João, têm dificuldade para dormir. Em caso de rompimento, a lama de rejeitos descerá pelo curso d'água.
Desde sexta-feira, o temor se intensificou. Moradores que poderão ser atingidos chegam a manter o carro pronto na garagem com documentos, álbum de formatura de filhos e lembranças da residência que pode ser destruída.
Ponto de encontro e rota de fuga são expressões que passaram a fazer parte do cotidiano dos moradores. Nas ruas, a circulação de carros da polícia com a sirene ligada indica a mobilização das autoridades para realizar o treinamento da população com objetivo de evitar um novo desastre no Estado.