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Mais ricos do mundo ganharam US$ 237 bi com populismo

Brexit e eleição de Trump nos Estados Unidos deixaram as maiores fortunas do mundo à mercê do mercado, mas a renda dos bilionários acabou crescendo 5,7%

Donald Trump: eleição do republicano beneficiou principalmente Warren Buffett, que viu sua fortuna aumentar em US$ 11,8 bilhões (Drew Angere/Getty Images)

Donald Trump: eleição do republicano beneficiou principalmente Warren Buffett, que viu sua fortuna aumentar em US$ 11,8 bilhões (Drew Angere/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 28 de dezembro de 2016 às 13h56.

Última atualização em 28 de dezembro de 2016 às 14h06.

Em um ano em que eleitores populistas remodelaram o poder e a política na Europa e nos EUA, as pessoas mais ricas do mundo encerrarão 2016 com US$ 237 bilhões a mais do que no começo do ano.

Movidas por dados econômicos decepcionantes da China no começo do ano, pela decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia em meados do ano e pelo triunfo eleitoral do bilionário Donald Trump no fim do ano, as maiores fortunas do planeta estiveram à mercê das oscilações do mercado, com US$ 4,8 trilhões em ganhos e perdas diários durante o ano, tendo crescido5,7 por cento, para US$ 4,4 trilhões, no encerramento do pregão de 27 de dezembro, segundo o Bloomberg Billionaires Index.

“Em geral, os clientes atravessaram a volatilidade”, disse Simon Smiles, diretor de investimentos para clientes com fortunas ultra-altas da UBS Wealth Management. “2016 acabou sendo um ano espetacular para ativos de risco. Bastante notável considerando o começo do ano.”

Quem mais ganhou foi Warren Buffett, que adicionou US$ 11,8 bilhões durante o ano porque sua empresa de investimentos, a Berkshire Hathaway, teve uma forte alta de seus ativos em empresas aéreas e bancos após a vitória surpresa de Trump em 8 de novembro.

Buffett, que prometeu doar a maior parte de sua fortuna à caridade, doou ações da Berkshire Hathaway avaliadas em US$ 2,6 bilhões em julho.

Americanos

Os ganhos individuais do ano foram dominados pelos americanos, que registraram quatro dos cinco maiores aumentos no índice, entre eles o cofundador da Microsoft, Bill Gates, a pessoa mais rica do mundo, com US$ 91,5 bilhões, e o petroleiro Harold Hamm.

O francês Bernard Arnault foi o único representante não americano entre os cinco melhores desempenhos, somando US$ 7,1 bilhões, para chegar a US$ 38,9 bilhões.

Sua empresa, a LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton, disse que o mercado chinês de bens de luxo está melhorando.

Gates continuou sendo a pessoa mais rica do mundo ao longo do ano. Amancio Ortega, a pessoa mais rica da Europa e fundador da rede de indumentária Zara, ficou em segundo lugar durante a maior parte do ano, até ceder o lugar a Buffett em novembro. Ortega, que perdeu US$ 1,7 bilhão em 2016, é a terceira pessoa mais rica do mundo, com US$ 71,2 bilhões.

Resignação

Administradores das fortunas dos mais ricos do mundo estão se preparando para um começo de ano também frenético em 2017, à medida que as reviravoltas exigidas pelos eleitores em 2016 começarem a tomar forma.

“Esperem o inesperado”, disse Sabine Kaiser, fundadora da SKadvisory, que assessora family offices sobre capital de risco e private equity.

“Eu não acredito que as family offices estejam muito preocupadas ou nervosas, mas depois do Brexit e de Trump elas se resignaram à volatilidade dos mercados.”

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