Negócios

Maior distribuidora de quadrinhos do mundo entra em recuperação judicial

Diamond Comics Distributors enfrenta desafios financeiros e vende ativos para sobreviver.

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 12h49.

A Diamond Comics Distributors, maior distribuidora de quadrinhos em língua inglesa do mundo, entrou com pedido de recuperação judicial sob o Capítulo 11 nos Estados Unidos. A decisão ocorre em meio a esforços para redimensionar operações e enfrentar dificuldades econômicas persistentes.

Em comunicado a varejistas e editoras, Chuck Parker, presidente da Diamond, afirmou que o objetivo é proteger os aspectos essenciais do negócio. A notícia foi divulgada pelo The Verge.

Fundada em 1982 por Stephen A. Geppi, que ainda atua como CEO, a Diamond consolidou sua relevância ao firmar acordos exclusivos com editoras como DC, Marvel e Image. Por décadas, a empresa foi peça-chave na cadeia de distribuição de quadrinhos, influenciando diretamente o mercado por meio da revista Previews, que destacava os lançamentos futuros.

Como parte do processo de reestruturação, a Diamond vendeu sua divisão Alliance Game Distributors para a Universal, permitindo à empresa concentrar-se exclusivamente em seus negócios principais. Além disso, a distribuidora fechou seu centro de operações em Plattsburgh, Nova York, uma medida descrita como necessária para solucionar problemas operacionais que comprometiam a sustentabilidade do modelo de distribuição.

Chris Powell, vice-presidente de serviços para varejistas, explicou que a decisão de fechar a unidade de Plattsburgh exigiu ajustes significativos. "Com essa estrutura não mais viável, precisamos implementar mudanças em tempo real, minimizando os impactos nos varejistas," declarou Powell.

Os problemas da Diamond se acumulam há anos, culminando em um cenário de dificuldades agravado pela perda de grandes editoras como parceiras. Atrasos na entrega de quadrinhos prejudicaram os varejistas e a capacidade de atender à demanda dos consumidores.

O fechamento de unidades operacionais ampliou os custos logísticos e reduziu a eficiência da empresa.

Apesar de sua relevância histórica, a Diamond enfrenta pressões financeiras e estruturais que colocam em dúvida sua capacidade de continuar influente no setor. Em comunicado, Parker reafirmou o compromisso de manter a empresa no mercado, mas reconheceu a necessidade de mudanças profundas para garantir sua sobrevivência.

A venda de ativos e o foco em operações enxutas oferecem uma possibilidade de renovação, mas os desafios permanecem.

A diversificação do mercado, com novos modelos de distribuição e plataformas digitais, coloca pressão adicional sobre empresas tradicionais como a Diamond. Além disso, a perda de parceiros e os altos custos operacionais criam incertezas sobre a viabilidade de longo prazo da operação.

Acompanhe tudo sobre:HQ – histórias em quadrinhosRecuperação JudicialEstados Unidos (EUA)

Mais de Negócios

Ela transformou a 'comida feia' dos supermercados em 30 milhões de refeições

Como funcionam as rodadas de investimento em startups?

Fiscalização de Pix não afetará autônomos, esclarece Receita

Diversidade e governança: pilares do ESG no mundo corporativo