Magazine Luiza: O marketplace já tem 230 mil itens diferentes à venda (Germano Lüders/EXAME.com)
Karin Salomão
Publicado em 21 de fevereiro de 2017 às 13h00.
Última atualização em 21 de fevereiro de 2017 às 17h59.
São Paulo - O Magazine Luiza está fortalecendo seu shopping virtual. O marketplace cresceu tanto que cerca de 87 em cada 100 produtos disponíveis no site da varejista já não são operados por ela, mas sim por terceiros.
A companhia abriu seu comércio eletrônico para outras empresas no início de 2016. A iniciativa é semelhante ao modelo de negócios do Mercado Livre ou da americana eBay.
Desde então, mais de 80 parceiros como Disney, Whirpool, Ambev e Havan começaram a vender seus produtos a partir desse canal e mais de 500 vendedores estão na fila para entrarem na plataforma.
O marketplace já tem 230 mil itens diferentes à venda. Desses, apenas 30 mil são vendidos pelo Magazine Luiza e 200 mil por parceiros. Esse número se refere aos itens diferentes disponíveis para venda e não ao volume de vendas, de fato.
"Em termos de vendas, a fatia ainda é irrisória, mas irá crescer com o tempo", afirmou Frederico Trajano, presidente da companhia, em entrevista à Exame.com.
Porém, a preocupação de Trajano não está em aumentar as vendas. Por enquanto, "o foco é construir uma plataforma robusta e de qualidade, que o vendedor goste e que traga uma boa experiência de compra para o cliente", disse.
Grande parte dos investimentos da empresa neste ano serão em tecnologias, como a plataforma de marketplace. De acordo com o presidente, o investimento em 2017 será maior do que no ano passado, que somou R$ 124 milhões, mas ele não precisou o valor.
Depois, com uma plataforma de peso, será mais fácil escalar o nível das vendas, disse o presidente.
"Não há nenhuma limitação externa para o negócio de marketplace", declarou ele, a analistas. "A escalada é acelerada e orgânica e é um mercado totalmente a ser explorado".
Uma das surpresas no novo negócio é que fornecedores tradicionais da companhia entraram no marketplace para vender diretamente aos consumidores, sem passar pelos estoques da varejista. "Eles encontraram uma forma de vender produtos que o Magazine não operava por terem demanda baixa ou vendas sazonais", afirmou Trajano.
O marketplace está dentro do setor de comércio eletrônico da companhia, que é a divisão que mais cresce. No último trimestre, o crescimento foi de 41,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
As vendas online já são responsáveis por 26,3% do faturamento total da rede.
O principal motivo para o crescimento acelerado do comércio eletrônico é a integração com a estrutura das 800 lojas físicas espalhadas pelo Brasil, como usar os mesmos 9 centros de distribuição da companhia.
Além disso, o cliente tem a opção de comprar pelo site ou aplicativo e retirar na loja sem pagar pelo frete, com o Retira Loja. Assim, um caminhão que irá levar produtos para a loja também transporta o item comprado pela internet, o que diminui os custos logísticos.
Enquanto, por um lado o Retira Loja ajuda a aumentar as vendas do e-commerce e diminuir os custos dessa operação, a cobrança de frete e taxa de montagem ajudou a aumentar a margem e, consequentemente, os lucros.
Para impulsionar o comércio eletrônico, a companhia investiu fortemente no desenvolvimento de um aplicativo de compras, em que é possível completar uma compra em apenas 16 segundos, de acordo com a empresa.
A onda de digitalização também chegou às lojas físicas. Todos os vendedores dispõem de smartphones para consultar detalhes sobre o produto, verificar estoque e finalizar a venda. O Magazine Luiza também começou a instalar wi-fi em suas lojas.
Ainda há espaço para o crescimento do comércio eletrônico dentro da empresa, afirma o presidente.
"O e-commerce representa apenas 3% de todo o varejo no Brasil e no mundo inteiro vemos essa participação aumentando. Com maior uso de smartphones e mais pessoas com acesso à banda larga e telefonia móvel, a tendência das vendas online é irreversível", disse, em entrevista à EXAME.com.
Para 2017, Frederico Trajano prevê um ano de retomada de crescimento e consumo. "Não tem como 2017 não ser melhor do que 2016", declarou ele em conferência com analistas.
A empresa, que no ano passado chegou a 800 lojas, pretende intensificar a abertura de novas unidades.