Magalu lança espaço para varejo de moda no superapp. E terá marca própria
Reproduções de macacão vermelho e uniformes utilizados por personagens na série de sucesso são anunciadas com alarde em centro de comércio popular
Agência O Globo
Publicado em 5 de outubro de 2021 às 11h40.
O Magazine Luiza amplia sua aposta no mercado de moda, abrindo um espaço dedicado à venda de roupas, calçados e acessórios dentro de seu superapp. O Mundo Moda vai reunir um mix de 3,5 milhões de itens fornecidos por marcas de renome, como Farm, Hering e Santa Lolla, mas também vindos diretamente de 300 fabricantes e mais de 20 mil varejistas de diferentes portes de todo o país. Em paralelo, a companhia está desenvolvendo uma marca própria de moda.
A executiva à frente da nova divisão de Moda e Beleza do Magalu é Silvia Machado, na companhia desde outubro do ano passado, vinda da Arezzo&Co. Antes disso, passou por Dafiti, C&A e Johson & Johnson.
“O mercado brasileiro de moda é essencialmente fragmentado e analógico, o que representa uma grande oportunidade de crescimento para a companhia e se casa perfeitamente com a estratégia do grupo, que é digitalizar o varejo brasileiro”, diz Silvia em comunicado do Magazine Luiza.
No caso do varejo de moda, o potencial é extenso. Em 2020, esse segmento bateu R$ 152 bilhões em faturamento no país, reunindo 1,5 milhão de varejistas, segundo dados do IPC Maps. A janela de oportunidade do digital vem do fato de que apenas 73 mil desses vendedores atuam em canais digitais atualmente, de acordo com a YipitData.
O número de vendedores no marketplace de moda do Magalu saltou 150% entre dezembro do último ano e o mês passado, alcançando 21 mil sellers. Com a retomada das atividades no país, as vendas de roupas, calçados e acessórios avançaram 170% no acumulado do ano, ante igual período de 2020. Foi a vertical de negócios da varejista que mais incorporou vendedores este ano.
Marca própria
Além das grandes marcas, o Magalu terá no Mundo Moda também os produtos vendidos na Zattini e na Shoestock, marca de calçados do grupo. E já trabalha no desenvolvimento de uma marca própria de moda, com lançamento previsto para breve, embora a data não tenha sito anunciada.
A equipe de estilo do Magazine Luiza conduz a criação da marca própria, formatando o projeto em parceria com a área de inteligência da plataforma. O foco está em oferecer velocidade ao lançamento de produtos sempre tomando como referência o monitoramento de dados que mostram buscas e desejos dos clientes. A Lu, influenciadora digital da companhia, vai ajudar na ativação de campanhas de marcas, incluindo ainda dicas de estilo. A personagem tem 28 milhões de seguidores.
Estarão ainda no fronte da divulgação do Mundo Moda as embaixadoras do projeto, as cantoras Gaby Amarantos e Liniker, a top model Carol Trentini e centenas de influenciadoras digitais.
Start-ups adquiridas pela companhia vão compondo o novo negócio e acelerando as operações. A curadoria de conteúdo e os looks que serão postados ficarão a cargo da equipe do Steal the Look, portal comprado pelo Magalu este ano.
Outro pilar do projeto é a adesão da indústria do setor ao marketplace da companhia, movimento impulsionado pela Hubsales, start-up também adquirida pelo Magalu e que permite que fabricantes possam vender seus produtos digitalmente. Empresas dos polos de moda gaúchos de Novo Hamburgo, além de outros catarinenses de São João Batista, Brusque, Gaspar e Blumenau e também de Goiânia (GO) participam. Do segmento calçadista há indústrias de França, no interior de São Paulo e da mineira Nova Serrana.
O foco no varejo com lojas específicas de grandes marcas, oferecendo a logística completa e outros serviços, como o de marketing, por exemplo, é prática em evidência nos grandes grupos de e-commerce, notadamente no Mercado Livre.
Com um ecossistema completo de vendas, o Magalu se vale ainda de benefícios como parcelamento, pagamento via Magalupay, entrega rápida e promoções para atrair vendedores e também o cliente.