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Maduro mantém maior poder sobre petróleo da Venezuela

Embora o tribunal tenha recuado de sua decisão de quarta-feira de se apossar do legislativo, manteve em vigor a nova autoridade concedida a Maduro

Maduro: Carente de fundos, o governo agora tem autonomia para vender ações dos campos petrolíferos da Venezuela (Divulgação/Reuters)

Maduro: Carente de fundos, o governo agora tem autonomia para vender ações dos campos petrolíferos da Venezuela (Divulgação/Reuters)

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Reuters

Publicado em 3 de abril de 2017 às 17h44.

Quito - O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) pode ter feito emendas em parte de sua explosiva decisão de assumir o controle do Congresso de maioria opositora, mas ainda assim dá ao questionado presidente socialista Nicolás Maduro novos e amplos poderes sobre a vasta riqueza do petróleo do país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

A reversão de sábado aconteceu em reação às acusações de líderes políticos do mundo inteiro e às manifestações de rua na Venezuela que acusaram a corte pró-governo de, na prática, transformar Maduro em um ditador.

Embora o tribunal tenha recuado de sua decisão de quarta-feira de se apossar do legislativo, manteve em vigor a nova autoridade concedida a Maduro para fazer negócios com o petróleo em nome da estatal petroleira PDVSA sem aprovação congressional.

Carente de fundos, o governo agora tem autonomia para vender ações dos campos petrolíferos da Venezuela, que possui as maiores reservas do mundo, ou lançar novas joint ventures com empresas estrangeiras.

A ação da corte preparou o terreno para uma disputa legal e política demorada que pode afastar investidores estrangeiros e minar ainda mais os esforços da nação para estabilizar a PDVSA, disseram parlamentares da oposição e especialistas da indústria.

A estatal já está sofrendo com os preços baixos do petróleo, uma crise de falta de verbas e problemas operacionais crônicos que vêm prejudicando sua capacidade de atender clientes em todo o mundo.

O desentendimento gira em torno de uma exigência constitucional de que a Assembleia Nacional aprove contratos da PDVSA de "interesse público nacional" com empresas do exterior.

Além dos adversários legislativos de Maduro, a procuradora-geral da Venezuela - uma aliada de longa data de Caracas - classificou como inconstitucional a decisão do TSJ de ignorar a Assembleia.

A legislatura, controlada desde o final do ano passado pela oposição, alertou os investidores que os acordos com o petróleo serão inválidos sem o aval da Casa.

Após o veredicto de sábado, parlamentares oposicionistas prometeram continuar a questionar a validade dos negócios que não aprovaram.

"Isso é desespero por dólares", disse o parlamentar opositor Elias Matta, vice-presidente da comissão de energia e petróleo do Congresso, à Reuters.

Os Ministérios da Informação e do Petróleo, assim como a PDVSA, não responderam de imediato a pedidos de comentário.

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