Junior Durski, criador da rede de hamburguerias Madero (Brunno Covello/Madero/Divulgação)
Karin Salomão
Publicado em 15 de março de 2018 às 08h00.
Última atualização em 25 de janeiro de 2019 às 13h17.
São Paulo – A rede de restaurantes Madero quer multiplicar de tamanho nos próximos anos. Ela prevê 30 inaugurações de sua marca principal para esse ano e o lançamento de novas marcas. Os investimentos em abertura de restaurantes e expansão de fábrica deverão somar 130 milhões de reais esse ano, financiado pelo fundo HSI Investimentos.
A empresa já tem duas marcas, Madero e Jerônimo, e irá lançar mais três em 2018, para competir com grandes redes de fast food, como McDonald’s e Burger King.
As marcas serão a Choripan, que irá vender um pão com carne argentina já disponível no Madero, Vó Maria, especializado em parmegiana, e Dundee Burger – com cheeseburgers a R$ 9,80, e o combo, com batata-frita e refrigerante, a R$ 21. A previsão de abertura das primeiras unidades é ainda no primeiro semestre deste ano.
As redes foram pensadas para as praças de alimentação de shopping centers. "A qualidade da praça de alimentação não é das melhores, pois a franquia não favorece isso", afirma Luiz Renato Durski Junior, mais conhecido como chef Junior Durski, fundador e presidente da rede.
Como o grupo Madero opera apenas restaurantes próprios, ele acredita que irá conseguir concorrer com as empresas bem estabelecidas no mercado.
A expectativa é abrir 200 restaurantes de cada uma das marcas em apenas 5 anos. Com cerca de 600 shoppings centers no Brasil, o presidente acredita que essa marca é possível.
A rede cresceu 60% em faturamento por ano, nos últimos quatro anos, “e pretendemos manter o ritmo de crescimento para os próximos quatro anos”, afirmou Durski.
Em 2016, o faturamento foi de 446 milhões de reais e a rede fechou o primeiro semestre de 2017 com um faturamento de 314 milhões de reais, o que representa um aumento de 62% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Veja.
Além das marcas novas, a rede irá investir nas que já existem. Já são 110 unidades com a marca Madero, nos formatos de restaurantes chamados de steak house e em formato de cointêiner, modelo menor e com cardápio reduzido criado em 2014.
Para esse ano, a previsão é a inauguração de 29 novos restaurantes da marca Madero, sendo 15 no modelo container e 14 steak houses. O ritmo de abertura é semelhante ao do ano passado, quando houve 30 inaugurações.
Não satisfeita com uma única marca, em outubro de 2017 lançou a Jerônimo, também voltado para hambúrgueres. O primeiro restaurante foi aberto no Shopping Estação, em Curitiba, para atender na categoria de fast casual, com espaço próprio, fora da praça da alimentação.
A marca tem foco nos millennials, “consumidores que exigem agilidade, ambiente exclusivo, personalização, conveniência, preços acessíveis, tecnologia e, principalmente, ingredientes de qualidade”, diz a empresa. Já são duas unidades, com previsão de 20 aberturas ao longo de 2018.
A força da rede vem de sua verticalização. Em sua fábrica, em Ponta Grossa, PR, ela produz todos seus insumos, pães dos hambúrgueres, carne, a maionese e ketchup, molhos, pastel, sorvete, petit gateau, entre outros pratos.
Para levar os ingredientes aos restaurantes espalhados pelo Brasil, a empresa também usa frota própria de caminhões. São 24 veículos refrigerados, que circulam com dois motoristas para dar conta de todas as entregas.
Todos os seus restaurantes também são próprios, operados por gerentes sócios do empreendimento. Dessa forma, a companhia controla todas as etapas do seu negócio, o que reduz os custos.
Mais de 1,5 milhão de pães saíram dos fornos da fábrica por mês em 2017, mas em 2022 esse número precisará ser de 4 milhões de unidades mensais para abastecer as centenas de aberturas de novos restaurantes.
Para suportar a expansão planejada para os próximos anos, a empresa irá investir em sua fábrica. No ano passado, a área construída dobrou, de 7 mil metros quadrados para 14 mil metros quadrados. Entre março e abril deste ano, a intenção é aumentar mais 3 mil metros quadrados de área construída.
Por isso, a capacidade da fábrica precisa aumentar, mas não de uma vez. "Não posso deixar a fábrica pronta, hoje, para produzir quatro vezes mais, porque vai ficar muito tempo ociosa. Precisamos ampliar aos poucos", afirmou Durski.
O investimento na fábrica é de 3 milhões de reais por mês pelos próximos anos.
Com sanduíches gourmet, o Madero não enxerga hamburguerias gourmet como concorrentes. "São restaurantes pequenos, sem a estrutura de rede que temos", diz o presidente.
A rede concorre com outros restaurantes de casual dining, modelo de restaurante com decoração descontraída e atendimento diferenciado. Outback, com mais de 80 unidades espalhadas pelo país, Applebees e Fifties são os principais rivais da empresa, diz ele.