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MadeiraMadeira compra IguanaFix e entra em montagem de móveis

Aquisição de empresa argentina é mais um passo para ser ecossistema do setor; empresa cresceu 60% ao ano nos últimos 8 anos

Marcelo Scandian, Daniel Scandian e Robson Privado, cofundadores da MadeiraMadeira (MadeiraMadeira/Divulgação)

Marcelo Scandian, Daniel Scandian e Robson Privado, cofundadores da MadeiraMadeira (MadeiraMadeira/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 12 de abril de 2022 às 08h00.

Última atualização em 14 de abril de 2022 às 11h38.

A MadeiraMadeira deu mais um passo para se tornar um ecossistema de soluções para casa e decoração. A companhia acaba de anunciar a aquisição da IguanaFix, uma plataforma de tecnologia de serviços para casa, com foco em montagem de móveis. “A IguanaFix vai nos permitir estar mais presentes na jornada do cliente e oferecer a ele uma solução mais completa”, diz Carlos Eduardo Baron, CFO da MadeiraMadeira.

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A avaliação da MadeiraMadeira é de que a montagem de móveis ainda é um serviço oferecido sem uso de tecnologia e sem escalabilidade, muitas vezes com base na indicação de conhecidos. A ideia é mudar esse cenário, com uma tecnologia que conecta clientes e prestadores de serviço, desenhada com foco trazer agilidade e garantir o controle de qualidade do serviço.

Fundada na Argentina em 2013 e com operações no México e no Brasil, a IguanaFix faz intermediação, agendamento e acompanhamento de serviços em geral para casa. A startup tem 20 mil profissionais cadastrados e realiza mais de 40 mil atendimentos por mês.

Para a MadeiraMadeira, um ponto relevante ao avaliar a aquisição foi o fato de a IguanaFix ter desenvolvido uma tecnologia própria, com processos automatizados e escaláveis para a realização de agendamentos e avaliação da qualidade do serviço, inclusive com fotos. “Consideramos a possibilidade de desenvolver uma solução internamente, mas levaríamos muito tempo para chegar a uma tecnologia nesse patamar”, diz Baron.

Antes da aquisição, a MadeiraMadeira testou o serviço da startup durante três meses, em 12 lojas em São Paulo. O teste levou a cerca de mil montagens realizadas aumento significativo do ticket médio das lojas.

Aquisições com critério

Essa é a segunda aquisição da MadeiraMadeira desde o início do ano passado, quando recebeu aporte de 190 milhões de dólares e entrou para o seleto grupo de unicórnios, como são chamadas as empresas avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares. Em junho de 2021, ela comprou a Itrack, startup de softwares de rastreamento e roteirização de entregas.

A MadeiraMadeira considera outras aquisições, mas esse não é o centro da sua estratégia para crescer. “Nosso negócio vem crescendo muito e estamos ganhando market share organicamente”, diz o executivo. O foco de novas transações será em trazer novos serviços, agregar tecnologia ou ampliar a atuação em segmentos em que a MadeiraMadeira ainda tem pouca relevância.

A MadeiraMadeira tem crescido cerca de 60% ao ano nos últimos oito anos. E continua crescendo em 2022, mesmo com um cenário macroeconômico desafiador, por conta da inflação, diz o executivo. O modelo de negócio da MadeiraMadeira não trabalha com estoque próprio e atua somente com dropshipping, modelo em que o lojista atua como intermediário das vendas pela internet, com base no estoque dos fornecedores, sem precisar manter os produtos. Isso faz com que a empresa tenha uma operação mais leve e com menos necessidade de capital, uma vantagem em tempos de cenário desfavorável.

Fim da Etna e o momento do setor

O momento para o setor é desafiador. Este mês, a rede de lojas de móveis e decoração Etna anunciou que vai fechar as portas, após 18 anos no mercado. Outras empresas do ramo perderam valor de mercado, após um freio nas vendas. A Mobly teve prejuízo de 84,8 milhões de reais em 2021. Tanto Mobly quanto Westwing, que abriram capital no início do ano passado, perderam cerca de 75% de seu valor de mercado de lá para cá. A Mobly hoje vale cerca de 1,2 bilhão de reais na bolsa, a Westwing vale 320 milhões de reais. A MadeiraMadeira segue com capital fechado.

A empresa tem se focado em se tornar um ecossistema de soluções para casa e decoração. Em 2019, criou a BulkyLog, focada em logística. No ano passado, lançou um centro de desenvolvimento de produtos para casa, com objetivo de desenvolver sua marca própria de móveis, a CabeCasa. Também vem crescendo rapidamente na frente de lojas físicas, e hoje já tem mais de 100 unidades pelo país. No ano passado, a MadeirMadeira investiu mais de 100 milhões de reais na expansão das lojas, no centro de desenvolvimento e em centros de distribuição.

Dentre os setores vistos como oportunidades para expandir esse ecossistema estão serviços financeiros e serviços de arquitetura e decoração. “No Brasil ainda são poucas as pessoas que contratam um serviço na hora de montar um ambiente. A tecnologia pode ajudar a dar mais acesso a esse tipo de serviço”, diz Baron.

 

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