Lucro líquido da SulAmérica cresce 30,7% para R$ 1,2 bilhão em 2019
Há expectativa de que as vendas avancem em 2020 com o lançamento do plano de saúde regional Direto para pequenas e médias companhias e coletivo por adesão
Natália Flach
Publicado em 20 de fevereiro de 2020 às 19h33.
São Paulo - Em um ano marcado pela redução de 1,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a seguradora SulAmérica conseguiu aumentar em 30,7% seu lucro líquido para 1,2 bilhão de reais. Isso foi possível pelo crescimento das vendas, em especial no segmento de saúde e odontologia, que resultaram em receitas operacionais de 22,3 bilhões de reais, além da queda de 0,4 p.p. do índice de despesas administrativas para 8,3%. O índice combinado —quanto menor que 100, melhor— passou de 97% em 2018 para 96,6% em 2019.
"Apesar da redução do resultado financeiro dada a queda dos juros, melhoramos os resultados operacionais e reduzimos as despesas. Além disso, soubemos aproveitar oportunidades e nos beneficiamos de que há frentes com pouca penetração que podem ser mais bem exploradas", afirma Gabriel Portella, presidente da seguradora à EXAME.
Atualmente, o segmento de saúde e odontologia possui mais de 4 milhões beneficiários, dos quais 700 mil vieram das aquisições da Dental Plan, realizada há cinco anos, e da Prodent, feita no ano passado. A sinistralidade dessas operações em 2019 apresentou melhora de 0,3 p.p. em relação a 2018, para 78,9%, o melhor número para esse indicador desde 2010.
Há expectativa de que as vendas cresçam em 2020 com o lançamento do produto Direto para pequenas e médias companhias e para coletivos por adesão — até então, o plano era oferecido apenas na modalidade corporativa. Esse produto chega a ser 20% mais barato que os planos da SulAmérica por serem regionais e não oferecerem reembolso, mas disponibilizam acesso à mesma rede.
No Rio, por exemplo, há parceria com a Rede D'Or, e em São Paulo, com Oswaldo Cruz e Dr. Consulta. Curitiba foi a cidade mais recente a integrar à lista. "Vamos continuar expandindo para outras cidades e achamos que o número deve acelerar por ser mais massificado", diz Ricardo Bottas,diretor financeiro da companhia.
Perguntado se haveria intenção de montar uma estrutura verticalizada com hospitais e clínicas médicas, Portella respondeu que a "plataforma de cuidado já promove uma verticalização virtual, sem ter os investimentos em ativos e imóveis". "Mostramos que nosso modelo é bem-sucedido, não está no nosso DNA ser gestor hospitalar, somos gestores de risco", afirma.
Já nos segmentos de vida e previdência, foram alcançados 8 bilhões de reais em reservas de previdência, aumento de 12,4% na comparação com dezembro de 2018. A variação positiva é resultado principalmente do maior volume de contribuições e aportes, além da rentabilidade acumulada dos fundos de previdência. As receitas operacionais foram de 794,2 milhões de reais no ano, 25,1% superiores em relação a 2018, reflexo principalmente do crescimento do produto VGBL. Já as receitas operacionais do segmento de vida cresceram 5% para 504,9 milhões de reais.
Por sua vez, a área de investimentos encerrou o quarto trimestre com 46 bilhões de reais em ativos sob gestão, um aumento de 10,7% em relação a 2018. O crescimento é principalmente relacionado ao maior volume de ativos de terceiros, que atingiram 28,2 bilhões de reais. De olho no interesse das pessoas físicas em investir, a SulAmérica comprou 25% da corretora Órama por 100 milhões de reais. Perguntado se haveria novas aquisições em 2020, Portella diz estar sempre olhando, sem dar mais detalhes.
Por outro lado, 2019 também foi marcado pela decisão de vender a carteira de automóveis para a concorrente Allianz. A expectativa é que a operação seja concluída no terceiro trimestre deste ano.