Caixa: resultado foi obtido apesar da importante elevação nas provisões para perdas com inadimplência (Agência Senado/Agência Senado)
Reuters
Publicado em 24 de maio de 2017 às 08h01.
Última atualização em 24 de maio de 2017 às 09h37.
São Paulo - Uma combinação de aumento de taxas de juros e de maiores receitas com tarifas fizeram a Caixa Econômica Federal ter forte aumento do lucro no primeiro trimestre, apesar de importante elevação nas provisões para perdas com inadimplência.
O banco controlado pelo governo federal anunciou nesta quarta-feira que o lucro líquido do período somou 1,49 bilhão de reais, alta de 81,8 por cento sobre um ano antes. Em nível recorrente, o lucro subiu 49,6 por cento, a 1,68 bilhão de reais.
Novamente na contramão da média do mercado, a Caixa observou expansão da carteira de crédito, alta de 4,5 por cento em 12 meses, para fechar março em 715 bilhões de reais. O índice de inadimplência acima de 90 dias recuou 0,7 ponto percentual em 12 meses, a 2,83 por cento.
Além de receitas maiores com empréstimos, que turbinaram o lucro, o banco também teve queda de 2,5 por cento nas despesas de captação e aumento nas taxas cobradas de clientes, o que fez a margem financeira bruta crescer 9,3 por cento em 12 meses.
Além disso, as receitas com tarifas cresceram 13,7 por cento contra o primeiro trimestre de 2016, para 6 bilhões de reais. Além do aumento do valor das taxas cobradas, o banco também se beneficiou de um salto de 17,3 por cento com serviços como cobrança, para 811 milhões de reais.
Assim, a Caixa conseguiu compensar a disparada de 35,8 por cento da despesa com provisões para perdas com calotes, que chegaram a 5,17 bilhões de reais.
Em outra frente, a despesa administrativa caiu 15,8 por cento, para 2,83 bilhões de reais, mostrando que a Caixa seguiu a tendência recente do setor de cortes de custos. A despesa com pessoal cresceu 17,2 por cento, a 5,88 bilhões de reais, mas afetada por provisões de 560 milhões de reais para o programa de desligamento voluntário, com a saída de 4.429 empregados. Sem isso, o aumento teria sido de 6,1 por cento.
Mesmo com tudo isso, a Caixa viu nova piora em importantes indicadores de solidez. A rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido foi de 7,56 por cento, queda de 2,6 pontos percentuais sobre um ano antes.
Na mesma comparação, o índice de Basileia recuou 0,1 ponto, a 13,59 por cento, com o índice de capital de nível 1 diminuindo 0,6 ponto, para 8,94 por cento.