Itaú: colchão contra calotes aumentou 147% para 10,4 bilhões de reais (Pilar Olivares/Reuters)
Reuters
Publicado em 4 de maio de 2020 às 19h26.
Última atualização em 4 de maio de 2020 às 20h23.
O lucro do Itaú Unibanco recuou 43,1% no primeiro trimestre, refletindo o aumento de 147% nas despesas com provisões para perdas esperadas com calotes. Por causa desse colchão de segurança de 10,4 bilhões de reais, o maior banco privado do país anunciou nesta segunda-feira que seu lucro recorrente foi de 3,91 bilhões de reais no período - ficando bem abaixo da previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de 6,24 bilhões de reais. Já o retorno sobre o patrimônio líquido ficou em 12,8%, ante 23,7% no quarto trimestre de 2019 e de 23,6% no primeiro trimestre do ano passado.
“Todos nossos esforços estão voltados a podermos apoiar nossos clientes durante a crise e no longo período de recuperação que se seguirá a ela. Para tanto, é fundamental manter um balanço forte e é com este objetivo que incrementamos significativamente nosso nível de provisões”, disse Candido Bracher, presidente do Itaú Unibanco, em comunicado ao mercado. Milton Maluhy, vice-presidente executivo, fez coro. "As provisões realizadas pelo Itaú Unibanco no primeiro trimestre do ano decorrem da expressiva piora do cenário econômico para o Brasil e o mundo como consequência da pandemia de covid-19. É um padrão histórico do banco ser cauteloso em momentos como o que vivemos hoje.”
Retorno sobre patrimônio líquido
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A carteira de crédito total ajustada, por sua vez, apresentou um incremento de 18,9% em 12 meses, atingindo 769,2 bilhões de reais em março de 2020, impulsionada pelo desempenho da carteira de crédito para grandes empresas, que se apressaram em reforçar liquidez diante da pandemia. No último mês de março, quando a crise se intensificou no país, a originação de crédito para o atacado dobrou em relação ao mês anterior.
O índice de inadimplência medido por créditos vencidos há mais de 90 dias atingiu 3,1%, um aumento de 0,1 p.p. na comparação com o primeiro trimestre de 2019. A alta reflete uma mudança do mix da carteira.
Em razão da incerteza sobre o real impacto da crise de saúde na economia, o Itaú decidiu suspender as projeções para o ano de 2020.