Lucro do Goldman Sachs recua após gastos com escândalo 1MDB
Lucro do banco caiu para 1,72 bilhão de dólares no trimestre encerrado em 31 de dezembro, ante 2,32 bilhões de dólares no ano anterior
Reuters
Publicado em 15 de janeiro de 2020 às 12h46.
Última atualização em 15 de janeiro de 2020 às 18h27.
São Paulo — O Goldman Sachs divulgou nesta quarta-feira uma queda acima do esperado no lucro trimestral nesta quarta-feira, reflexo de maiores provisões para cobrir os custos legais do escândalo de corrupção de 1MDB, ofuscando uma recuperação em sua divisão de negociação com ativos financeiros.
O lucro líquido do banco atribuível a acionistas ordinários caiu para 1,72 bilhão de dólares no trimestre encerrado em 31 de dezembro, ante 2,32 bilhões de dólares no ano anterior. O lucro por ação caiu de 6,04 dólares para 4,69 dólares.
Os analistas, em média, esperavam lucro de 5,47 dólares por ação, de acordo com a estimativa do IBES da Refinitiv.
O banco reservou 1,09 bilhão de dólares no quarto trimestre antes de um acordo esperado que poderia atingir 2 bilhões de dólares ou mais. O lucro do ano do Goldman teve um efeito de 3,16 dólar por ação em razão da provisão.
Os problemas jurídicos ocorrem no momento em que o presidente-executivo, David Solomon, está lançando uma grande mudança de estratégia, trabalhando para a construção de um grande negócio de varejo a fim de proteger o banco de oscilações violentas nos mercados financeiros.
No início de janeiro, o Goldman reformulou a maioria de suas principais linhas de relatórios e, pela primeira vez, revelou o tamanho de seus negócios de varejo, respondendo a pedidos de longa data de maior transparência por parte de analistas e investidores.
Na semana passada, o banco divulgou que a unidade, que inclui o banco de varejo online, Marcus, bem como seu negócio de cartões de crédito, registrou um aumento de 23% na receita, para 228 milhões de dólares durante o quarto trimestre.
Os rivais JPMorgan Chase & Co, Citigroup e Bank of America se orgulham de empresas de consumo muito maiores.
Apesar da queda nos lucros, o banco registrou um crescimento robusto da receita, com três de suas quatro principais linhas apresentando forte desempenho.
A receita dos mercados globais, que abriga trading, saltou 33%, para 3,48 bilhões de dólares, graças em parte às comparações mais fáceis do ano anterior, quando os mercados financeiros estavam agitados pela incerteza relacionada ao comércio e ao crescimento global.
As negociações de títulos subiram 63%, para 1,77 bilhão de dólares.
O forte desempenho das negociações refletiu tendência semelhante em outros grandes rivais - JPMorgan Chase, Citigroup e Bank of America.
O único ponto ruim para o Goldman durante o trimestre foi o banco de investimento, onde a receita caiu 6%, para 2,06 bilhões de dólares, afetada por menores taxas de consultoria de fusões e aquisições, além de uma desaceleração nos empréstimos corporativos.
A receita líquida total, no entanto, saltou 23%, para 9,96 bilhões de dólares.
As despesas operacionais aumentaram 42%, para 7,3 bilhões de reais.