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Lucro da Petrobras recua com programa de demissões

Estatal registrou lucro de R$ 5,4 bilhões no primeiro trimestre do ano, queda de 30%


	Plataforma da Petrobras: receita de vendas foi de 81,545 bilhões de reais, alta de 12 por cento na comparação com os primeiros três meses de 2013
 (André Valentim/EXAME.com)

Plataforma da Petrobras: receita de vendas foi de 81,545 bilhões de reais, alta de 12 por cento na comparação com os primeiros três meses de 2013 (André Valentim/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2014 às 20h32.

São Paulo - O lucro líquido da Petrobras somou 5,393 bilhões de reais no primeiro trimestre de 2014, queda de 30 por cento na comparação com o mesmo período de 2013, devido a uma provisão bilionária para seu programa de demissões voluntárias e em meio a uma ligeira queda na produção.

O lucro da companhia divulgado nesta sexta-feira se compara à expectativa média de 11 analistas de ganhos de 5,24 bilhões de reais para o período, segundo levantamento da Reuters.

O resultado dos três primeiros meses do ano ficou ainda 14 por cento abaixo do lucro líquido de 6,281 bilhões de reais no quarto trimestre de 2013, quando a companhia teve um benefício fiscal de 3,2 bilhões de reais relativo ao provisionamento de juros sobre capital próprio, citou a empresa.

O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou 14,886 bilhões de reais no primeiro trimestre, queda de 9 por cento na comparação com um ano antes, também sob o efeito do plano de demissão, que reduziu o indicador operacional em 2,4 bilhões de reais, disse a companhia.

A redução do Ebitda acabou tendo impacto no indicador de Endividamento Líquido/Ebitda, que subiu de 3,52x no quarto trimestre de 2013 para 4,00x no primeiro trimestre, apesar de a alavancagem ter permanecido em 39 por cento na mesma comparação.

Tais indicadores estão acima do que a Petrobras considera como o adequado do ponto de vista de financiabilidade de seu plano de investimentos 2014-2018, de 220,6 bilhões de dólares. O programa divulgado no início do ano previu retorno dos indicadores aos "limites" da empresa em até 24 meses, para uma alavancagem menor que 35 por cento e relação dívida/Ebitda menor que 2,5x.

Apesar disso, a presidente-executiva da Petrobras, Maria das Graças Foster, buscou acalmar o mercado destacando que a companhia "continua tendo amplo acesso às fontes de financiamento necessárias para o desenvolvimento de seu Plano de Negócios e Gestão".

Ela disse em nota que, no primeiro trimestre, a companhia captou 53,9 bilhões de reais, principalmente pela emissão de títulos nos mercados americano e europeu, o que permitiu que a empresa terminasse o trimestre com liquidez de 78,5 bilhões de reais em disponibilidades, considerando saldo em caixa, equivalentes de caixa e títulos públicos.

"Esses recursos são suficientes para o financiamento dos investimentos de 2014, que nos trarão, já nos próximos meses, aumento da geração de caixa operacional como decorrência do crescimento da produção de óleo e gás e menor dependência de importações de derivados, com a entrada em operação da Rnest (Refinaria do Nordeste, ao final do ano)", disse a executiva.

Graça Foster, como é conhecida, reafirmou que a empresa tem confiança de elevar a produção em 7,5 por cento em 2014, com novos sistemas produtivos, após dois anos de queda na extração.

Restulado Esperado

O mercado já esperava uma queda de mais de 30 por cento no lucro da estatal por conta de uma produção fraca, custos crescentes e um real mais fraco, que anulou os efeitos de um aumento de preços dos combustíveis.

Já a receita de vendas foi de 81,545 bilhões de reais, alta de 12 por cento na comparação com os primeiros três meses de 2013, com a alta dos preços de vendas de diesel e gasolina.

A estatal havia antecipado no início da semana um encargo líquido de cerca de 1,6 bilhão de reais no resultado do primeiro trimestre por um programa de demissões voluntárias, que reduzirá sua força de trabalho em 8.298 pessoas, na tentativa de economizar 13 bilhões de reais até o fim de 2018.

A produção total de óleo e gás da Petrobras no Brasil e no exterior caiu 0,8 por cento de janeiro a março, para uma média de 2,531 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Foi o pior resultado para um primeiro trimestre desde 2009.

Mais uma vez, a Petrobras registrou elevado prejuízo de sua divisão de Abastecimento, em função da necessidade de importação de petróleo e derivados e da venda, no mercado interno, de combustíveis a valores inferiores aos de compra no mercado internacional, em meio ao controle de preços exercido pelo governo (sócio controlador) para evitar alta na inflação.

A divisão teve prejuízo líquido de 4,808 bilhões de reais no primeiro trimestre deste ano, aumento de 13 por cento ante o verificado um ano antes.

A importação de petróleo e derivados, responsável por forte impacto nas contas da estatal, manteve-se elevada, em 783 mil barris por dia (bpd) no primeiro trimestre, ante 780 mil bpd no trimestre anterior e 860 mil bpd um ano antes.

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