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Luciano Huck vendeu participação no Madero por R$ 100 mil

O apresentador e o empresário Júnior Durski confirmaram ontem o fim da sociedade na bilionária rede de hamburguerias

Luciano Huck: apresentador não havia feito investimento financeiro no Madero; entrou de sócio em troca de marketing para a companhia (Sandra Blaser/WEF/Flickr)

Luciano Huck: apresentador não havia feito investimento financeiro no Madero; entrou de sócio em troca de marketing para a companhia (Sandra Blaser/WEF/Flickr)

LA

Lucas Amorim

Publicado em 6 de julho de 2020 às 12h14.

Última atualização em 10 de julho de 2020 às 13h33.

O apresentador Luciano Huck vendeu sua participação acionária na rede de restaurantes Madero, segundo confirmaram assessorias dos dois lados. A Exame apurou o valor do acordo, não confirmado pela companhia: 100.000 reais.

Procurado pela Exame, o empresário Júnior Durski, fundador do Madero, disse que não poderia comentar o negócio por limitação de contrato. E enviou uma nota. "Junior Durski e Joá Investimentos, sociedade controlada por Luciano Huck, comunicam ao mercado em geral que formalizaram a venda da totalidade da participação societária da Joá no Grupo Madero para Junior Durski".

Segundo a EXAME apurou, Huck não havia feito investimento financeiro no Madero. Entrou de sócio em troca de marketing para a companhia especializada em hambúrgueres. Ele tinha uma fatia de cerca de 6% da empresa, que hoje está com o 'valuation' nublado pelos efeitos da pandemia e por uma dívida que soma cerca de 600 milhões de reais -- os números não são confirmados pela companhia.

Os sócios vinham se desentendendo sobre o futuro do Madero há tempos, mas a relação teria azedado nas últimas semanas com a postura política conflitante.

Huck é um dos possíveis candidatos à presidência em 2022, e tem sido um crítico frequente da postura do presidente Jair Bolsonaro. Durski é apoiador de Bolsonaro e um crítico ferrenho do fechamento da economia com a pandemia do novo coronavírus.

Em abril, ainda no início da quarentena, Durski demitiu 600 funcionários num ato que gerou polêmica nas redes sociais. Depois, afirmou em vídeo que “não podemos parar por conta de 5 ou 7 mil que vão morrer”.

Huck comentou o episódio numa live com a Exame em abril, e disse que o ideal é a preservação dos empregos, mas que era o empresário quem tomava decisões sobre a companhia. Ao jornal Folha de S. Paulo, Durski falou: "somos sócios e pensamos diferente do ponto de vista político".

Em maio, Durski falou a Exame num momento em que 33 de seus restaurantes já estavam reabertos. “Nunca desmereci o valor de uma vida e não é o que eu acredito. O que eu quis dizer é minha preocupação como empresário é também com a economia e com os milhões de desempregos”, disse.

A saída de Huck coloca ainda mais pressão num negócio que vinha em franca expansão até 2019. Em 2018, o fundo de investimentos Carlyle avaliou a companhia em 3 bilhões de reais num aporte de 700 milhões de reais. Ano passado, o Madero lançou novas marcas para acelerar sua entrada em novos nichos de mercado, como hambúrgueres mais populares e steaks. E chegou até avaliar a compra do parque de diversões Beto Carrero World.

Agora, no pós-pandemia, a companhia vê sua leva de desafios crescer. As novas marcas, como a Jerônimo, ainda não decolaram. E as lojas do Madero, consideradas caras por executivos do setor, precisarão se readequar a uma nova realidade.

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