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Longe da crise, Bradesco lucra R$ 6,2 bi e abre leva positiva para bancos

Para analistas, o resultado foi puxado pelo crescimento da carteira de crédito. Os maiores bancos do Brasil devem ter lucrado R$ 20 bi no 1º trimestre

Bradesco: resultado do primeiro trimestre pelo desempenho operacional com melhores margens financeiras com clientes (Marcela Beltrão/Exame)

Bradesco: resultado do primeiro trimestre pelo desempenho operacional com melhores margens financeiras com clientes (Marcela Beltrão/Exame)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2019 às 06h56.

Última atualização em 25 de abril de 2019 às 08h06.

O Bradesco abriu a safra de balanços dos bancos nesta quinta-feira (25), confirmando a expectativa de números positivos. O lucro líquido do primeiro trimestre chegou a 6,238 bilhões de reais, uma alta de 22,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

“Nossa preferência no setor financeiro, o Bradesco deve se beneficiar de um maior saldo médio da carteira e um mix favorável impactando a margem financeira bruta”, havia divulgado a XP em relatório.

O resultado do primeiro trimestre foi motivado, conforme destaca o Bradesco em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, pelo desempenho operacional com melhores margens financeiras com clientes, menores gastos com provisões (PDD) e linhas de seguros e receitas com serviços.

O banco destaca o fato de os primeiros indicadores de atividade econômica de 2019 terem apresentado resultados menores do que o esperado. As condições para uma aceleração do crescimento, na visão do Bradesco, continuam presentes, com inflação e juros em patamares baixos e expansão do crédito com taxas de inadimplência reduzidas. "A aprovação da proposta da Nova Previdência nos próximos meses constitui condição fundamental para reequilíbrio das contas públicas no médio prazo, com importante impacto na confiança dos agentes econômicos e, consequentemente, retorno de investimentos privados", atenta o banco, no documento.

No primeiro trimestre, os empréstimos do banco foram impulsionados tanto por pessoas jurídicas como físicas, com expansões de 3,3% e 2,8% em relação aos três meses anteriores, respectivamente. Ante o mesmo período do ano passado, os avanços foram de 12,7% e 12,6%, na mesma ordem.

O patrimônio líquido do Bradesco alcançou R$ 126,674 bilhões no primeiro trimestre, crescimento de 11,3% em um ano e de 4,6% na comparação com os três meses anteriores. O retorno anualizado sobre o patrimônio líquido médio (ROAE, na sigla em inglês) foi a 20,5% no fim de março, melhora de 0,8 ponto porcentual ante dezembro, de 19,7%, e 1,9 p.p. em um ano, de 18,6%. "É o mais elevado dos últimos 15 trimestres", destaca o banco.

Os números confirmam que o Bradesco consegue ganhar dinheiro mesmo com a economia andando de lado. A instituição dá início a uma leva de balanços positivos dos grandes bancos do país. Levantamento do jornal Valor mostra que o lucro somando de Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil deve chegar a 20 bilhões de reais no primeiro trimestre, alta de 16% em relação ao início de 2018.

O anúncio do fechamento de vagas em março e as constantes revisões para baixo no crescimento econômico não têm sido um problema para os bancões, cada vez mais distantes das agruras do Brasil real.

 

 

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