Negócios

Colombo negocia dívida de R$ 1,5 bilhão e evita recuperação

Lojas Colombo evitou pedido de recuperação judicial renegociando dívida de R$ 1,5 bilhão com credores

Camisaria Colombo: acordo fechado com 60% dos credores obriga os outros 40% a aceitar as condições (Divulgação/Facebook oficial)

Camisaria Colombo: acordo fechado com 60% dos credores obriga os outros 40% a aceitar as condições (Divulgação/Facebook oficial)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2016 às 11h06.

Última atualização em 12 de março de 2017 às 21h36.

São Paulo — A rede de moda masculina Colombo fechou um acordo extrajudicial para alongar sua dívida de aproximadamente R$ 1,5 bilhão.

Ao conseguir reunir 60% dos credores - o que tornaria a adesão compulsória para os demais 40% -, a empresa deve conseguir evitar um pedido de recuperação judicial.

Além de alongar o perfil da dívida - incluindo a parcela dos débitos já vencida -, a companhia também ganhará nova gestão.

O banco Brasil Plural, que capitaneou a negociação dos débitos da Colombo com auxílio do escritório de advocacia Felsberg Advogados, vai assumir a companhia, apontando executivos para a presidência e para as diretorias do negócio.

A instituição, que já está trabalhando na varejista há cerca de um ano, poderá transformar parte de sua remuneração pela "virada" do negócio em participação societária na Colombo.

Nos últimos meses, a Colombo já vem passando por uma reestruturação, que deverá se intensificar com a mudança de comando. Há um ano, a empresa tinha 434 lojas, total que já foi reduzido para 380.

Segundo Warley Pimentel, sócio do Brasil Plural, este número deverá ser reduzido ainda mais nos próximos meses. "Vamos fazer ainda mais reduções de despesas, incluindo lojas de baixa performance."

Segundo o executivo, apesar de a empresa ainda gerar caixa, o total não era suficiente para manter a estrutura de capital do negócio, que incluía dívidas caras e com um alto porcentual de vencimento no curto prazo.

A dívida, que cresceu em uma época de expansão de negócios, está distribuída em todos os principais bancos comerciais do Brasil. "Ao firmar o acordo, o desafio da empresa passou a ser de gestão, e não mais de estrutura de capital", diz Pimentel.

Além das dificuldades trazidas pela crise, a empresa teve problemas específicos de operação. Segundo Pimentel, as unidades chegaram a ficar desabastecidas, prejudicando ainda mais o resultado.

Em seu auge, em 2014, a Colombo chegou a faturar R$ 800 milhões. Hoje, segundo o executivo do Brasil Plural, as vendas anuais estão próximas de R$ 500 milhões.

Empresa familiar em atividade há quase um século, a Lojas Colombo não deverá mudar radicalmente de foco, mesmo após a mudança da gestão. A varejista, que vende vários produtos a menos de R$ 50, continuará a focar nas classes C e D.

Hoje, cerca de 50% das mercadorias vendidas nas unidades vêm da China, patamar que deverá ser mantido. A companhia, porém, terá espaços nas unidades dedicadas a roupas femininas e também deverá investir mais em e-commerce.

Para o consultor em varejo Alberto Serrentino, a Colombo parece ter sido prejudicada pelo crescimento acelerado, mas conseguiu formar uma rede nacional no segmento popular, que geralmente é atendido por empresas de pequeno porte. "Existe um espaço no mercado para este tipo de proposta."

Novos sócios

Com a homologação da negociação das dívidas, a estrutura societária da varejista deve mudar. Hoje, a família de fundadores ainda detém a totalidade do negócio.

Ao aceitarem a renegociação, os credores poderão transformar as dívidas em debêntures, bônus conversíveis em ações ou em participação societária direta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Camisaria ColomboComércioDívidas empresariaisVarejo

Mais de Negócios

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões