Negócios

LLX negocia 2ª siderúrgica em Açu com estrangeira

Braço de logística do grupo EBX quer construir uma segunda usina de placas de aço na área do porto

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

São João da Barra - A LLX, braço de logística do grupo EBX, está negociando com uma siderúrgica estrangeira a construção de uma segunda usina de placas de aço na área do porto do Açu, projeto desenvolvido pela empresa no norte do Estado do Rio de Janeiro e que pretende ser um dos maiores do país, integrado a um complexo industrial.

Sem querer revelar o nome da possível segunda parceira do setor siderúrgico, a primeira é a produtora chinesa de aço Wisco, que negocia uma usina de 5 milhões de toneladas, o diretor presidente da LLX, Otávio Lazcano, acredita que o acordo final com os dois parceiros pode ocorrer ao mesmo tempo, e até o final deste ano deverão ser anunciados.

"A gente fala muito da negociação com a China, mas estamos em um estado tão ou mais avançado do que com a China (com o segundo parceiro). Não posso falar por cláusula de confidencialidade", disse Lazcano a jornalistas após visita do vice-ministro de Comércio da China, acompanhado de uma comitiva de empresários e oficiais do governo chinês.

Ele informou que os investimentos para a construção das duas usinas deve girar em torno dos 13 bilhões de dólares, sendo que na usina chinesa a parceria já está dividida em 70 por cento para a Wisco e o restante para a LLX.

Na segunda unidade, no entanto, a LLX não terá participação. Apenas negocia a área para instalação do empreendimento no complexo industrial anexo ao porto.

Grande parte da produção da usina chinesa será enviada ao mercado asiático, informou Lazcano. O estudo de viabilidade econômico-financeiro está sendo desenvolvido, segundo o executivo, e contatos com órgãos do meio ambiente e com o BNDES também estão adiantados, informou.

Cimento, Petróleo

Além de siderúrgicas, o porto do Açu já tem como certas a instalação de duas fábricas de cimento, da Votorantim e Camargo Correa, e há plano em estudo para que seja instalada na área uma planta de tratamento de petróleo, para separar a água e areia a fim de exportar um produto mais limpo, e portanto de maior valor. A unidade terá capacidade para tratar 1,2 milhão de barris diários de petróleo. 


 

Lazcano informou que a Shell e a Devon (cujos ativos no Brasil foram comprados pela BP, que herdou as negociações junto à LLX) estão interessadas em participar do projeto, assim como outras petrolíferas.

"Aqui é o quintal da bacia de Campos, responsável pela maioria da produção de petróleo do país", afirmou.

Ainda não existe uma definição sobre como seria a construção dessa planta, mas segundo Lazcano é possível que as empresas sejam responsáveis pela construção.

"O meu modelo de negócio é aluguel, ocupação de terra e tarifa do porto. Essas empresas teriam redução no custo de frete por exportar do porto", avaliou.

A Anglo American também terá papel importante no porto, com a exportação de 80 milhões de toneladas por ano.

Energia

Toda a energia do Porto do Açu, um projeto de 4,3 bilhões de reais em uma área de 9 mil hectares, será fornecida pela MPX, empresa de energia do grupo, que vai gerar 2.100 megawatts em uma primeira etapa e atingirá capacidade de 5.200 megawatts quando começar a receber gás natural da bacia de Campos e instalar um parque eólico.

A primeira fase do projeto utilizará como combustível o carvão importado dos ativos do grupo EBX na Colômbia.

O Porto de Açu será o mais profundo do Brasil, segundo Lazcano, com 18,5 metros de calado inicialmente e que depois serão elevados para 21. Serão dez berços para movimentação de produtos como minério, petróleo, produtos siderúrgicos, carvão e granéis sólidos.

A previsão é de que sejam movimentados no porto 60 milhões de toneladas de minério de ferro em um primeiro momento, que poderão subir para 80 milhões; 46,4 milhões de metros cúbicos de petróleo; 10,2 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos; 12,6 milhões de toneladas de carvão e 5 milhões de toneladas de granéis sólidos.

Segundo Lazcano, mais de 60 empresas estão no momento fazendo estudos de viabilidade econômico-financeira para se instalar no porto, cujas operações estão previstas para começar em 2012.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasIndústriaMetrópoles globaisRio de JaneiroSiderurgia e metalurgiaUsinas

Mais de Negócios

O negócio que ele abriu no início da pandemia com R$ 500 fatura R$ 20 milhões em 2024

10 mensagens de Natal para clientes; veja frases

Ele trabalhava 90 horas semanais para economizar e abrir um negócio – hoje tem fortuna de US$ 9,5 bi

Bezos economizou US$ 1 bilhão em impostos ao se mudar para a Flórida, diz revista