Brasil na COP28 (da dir. para a esq.): Raul Jungmann, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração; Rohitesh Dhawan, presidente e diretor executivo do ICMM; Ana Cabral, CEO da Sigma Lithium; Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudanças Climáticas do BNDES; Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral da ONS; Clarissa Lins, sócia-fundadora e conselheira da Catavento Consultoria; e Ludmila Nascimento, diretora-geral de Energia e Descarbonização da Vale (SIGMA LITHIUM/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 18 de dezembro de 2023 às 17h40.
Última atualização em 18 de dezembro de 2023 às 17h52.
Pela quarta vez consecutiva, a COP28, que aconteceu em Dubai, nos Emirados Árabes, contou com a participação da Sigma Lithium, indústria brasileira comprometida em alimentar a próxima geração de veículos elétricos com concentrado de lítio verde.
Com uma planta greentech de última geração situada no Projeto Grota do Cirilo, em Araçuaí e Itinga, no Vale do Jequitinhonha (MG), a empresa não trabalha com barragens de rejeitos e utiliza apenas energia limpa e água recirculada em sua produção. É o que o mercado chama de “cinco zero”: carbono zero, zero uso de químicos nocivos, zero rejeitos, zero utilização de água potável e zero uso de energia a carvão.
“A cada participação na COP, desde Madri em 2019, apresentamos um novo passo da empresa. Ainda assim, havia um certo ceticismo sobre a viabilidade de produzir lítio de forma totalmente renovável e descarbonizada. Nesta edição, entregamos as provas de que, sim, é possível transformar o setor, com produção em escala”, relata Ana Cabral, CEO da Sigma Lithium e presidente do conselho desde o IPO da companhia, em 2018. Ela volta ao Brasil otimista. “Temos agora uma vantagem competitiva de pelo menos três anos em relação aos nossos concorrentes. Somos a quinta maior produtora industrial de lítio do mundo e queremos alcançar a terceira posição.”
A Sigma comprovou sua capacidade de atuar em escala a partir de julho deste ano, quando começou a entregar as remessas de lítio “cinco zero” e subprodutos verdes. Mais recentemente, pouco antes da COP, anunciou o envio de uma nova remessa, a quarta, desta vez de 22 mil toneladas de concentrado de lítio verde cinco zero para Glencore, multinacional de importação e exportação.
“Somos a única indústria de lítio no mundo cujos rejeitos são empilhados a seco e sem adição de químicos nocivos para o processamento, o que evita a contaminação da água e do solo e contribui para a preservação dos rios e florestas da região”, diz Ana Cabral.
Ela destaca que a produção havia alcançado um grau residual de emissões, o que facilitou alcançar, dois anos antes do previsto, o posto de carbono zero com a compensação com créditos de carbono.
Ao todo, sete executivos da Sigma foram nomeados como representantes da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, também conhecida como UNFCCC. Eles tiveram acesso à Zona Azul e ao plenário – os dois espaços mais nobres do evento. A CEO fez uma série de apresentações, incluindo o painel de abertura no Investment Track da COP28 para líderes globais e empresariais.
Além disso, a empresa levou a Dubai uma delegação de representantes técnicos indicados pelas cidades de Itinga e Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha (MG). E esteve diretamente envolvida com os líderes mundiais em reuniões bilaterais e discussões fechadas sobre o desenvolvimento de cadeias de abastecimento que incorporam os princípios da descarbonização, preservação dos ecossistemas e justiça social, promovendo uma transição energética justa.
“Esperava-se pouco dessa COP, mas o encontro foi definido pela liberação de investimentos que eram constantemente prometidos, mas nunca entregues. O balanço é positivo”, afirma Ana Cabral.
A Sigma Lithium também apresentou, durante o evento, os resultados de suas ações de inclusão produtiva na região onde atua. “Geramos mil empregos diretos e 13 mil indiretos, mas fomos além: lançamos 10 mil bolsas de microcrédito na região onde atuamos, além de um programa de irrigação para os produtores de agricultura familiar. Entregamos assim soluções com potencial para gerar, no futuro próximo, 35 mil postos de trabalho, numa região onde vivem 60 mil pessoas”, destaca a CEO.
Recentemente, Ana Cabral também subiu ao palco da 7ª edição da Future Investment Initiative (FII7) em Riad, na Arábia Saudita, para compartilhar a visão da companhia e os seus avanços para construir a empresa de lítio mais sustentável do mundo. A Sigma Lithium estabeleceu ainda uma parceria com o Aspen-Columbia Global Energy Forum, um esforço de colaboração entre o Programa de Energia e Ambiente do Aspen Institute e o Center on Global Energy Policy.
“Com nosso lítio ‘cinco zero’, colocamos o Brasil no radar”, aponta a CEO. “O que estamos propondo é a evolução do ESG, com base não em compromissos futuros, mas em resultados concretos e auditáveis, gerados por uma planta completamente circular, resultado de esforços árduos, investimento sólido e parcerias com organizações que compartilham do nosso propósito.”