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Leilão de quatro áreas do pré-sal nesta sexta pode render R$ 6,8 bilhões

Em 35 anos, mais R$ 180 bilhões devem ser arrecadados em royalties, calcula a ANP

Plataforma de petróleo: expectativa é de que os reservatórios das quatro áreas que vão ser oferecidas guardem mais de 12 bilhões de barris de óleo (Germano Lüders/Exame)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de setembro de 2018 às 08h44.

Última atualização em 28 de setembro de 2018 às 09h57.

Rio de Janeiro - Às vésperas das eleições e com o barril do petróleo no maior nível dos últimos quatro anos, acima de US$ 80, o presidente Michel Temer realiza nesta sexta-feira, 28, o último leilão de petróleo do seu governo. Se conseguir vender as quatro áreas de pré-sal da 5.ª Rodada de Partilha, vai arrecadar R$ 6,82 bilhões ainda neste ano, quando os contratos forem assinados. Em 35 anos, mais R$ 180 bilhões devem ser arrecadados em royalties, calcula a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Capitalizadas pela alta do petróleo , as empresas têm mais chance de apresentar lances elevados nesse leilão, avalia o professor do Grupo de Economia da Energia da UFRJ (GEE) Helder Queiroz. Além disso, a expectativa é de que os reservatórios das quatro áreas que vão ser oferecidas - Saturno, Titã, Pau-brasil e Sudoeste de Tartaruga Verde - guardem mais de 12 bilhões de barris de óleo.

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Todas as grandes petroleiras estão inscritas para participar da concorrência - Chevron, ExxonMobil, Shell e Total - , além da chinesa CNOOC, uma das sócias de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, e a Petrobrás, que garantiu posição de liderança apenas em uma das áreas, a Sudeste de Tartaruga Verde, contínua a outros reservatórios liderados por ela. A estatal tem o direito de decidir previamente se ficará à frente dos projetos de pré-sal, com participação mínima de 30%.

Na opinião do presidente da Petrobrás, Ivan Monteiro, o leilão "será um imenso sucesso". "A empresa se sente confortável competindo", disse.

Em seguida, Monteiro afirmou que o pior momento da crise na empresa foi ultrapassado: "Não temos mais 'sofrência' na Petrobrás, que retomou a capacidade de investir", complementou.

Insegurança

Entre as petroleiras, no entanto, o clima é de insegurança quanto a possível entrada de um novo presidente da República que interrompa os leilões retomados por Temer. Presidentes de grandes petroleiras afirmam, porém, que nenhuma decisão de investimento será tomada em função do cenário eleitoral. André Araujo, da Shell Brasil, diz que vai se comportar na 5.ª Rodada da mesma forma que nos leilões passados. "Avaliaremos as oportunidades seguindo critérios técnicos, geológicos", disse o executivo.

Já o presidente da norueguesa Equinor no Brasil, Anders Opedal, disse que o País é "um excelente lugar para estar" e que "toda eleição tem sua peculiaridade", mas que a empresa projeta seus investimentos pensando no longo prazo e não no momento das apostas.

O Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), que representa as petroleiras, se antecipa a possíveis surpresas e reforça o discurso em defesa da continuidade dos leilões. "Já avançamos e não podemos frear", afirmou o presidente da entidade, José Firmo, na última segunda-feira, ao abrir a Rio Oil&Gas, em referência ao estabelecimento de um calendário de leilões até 2020.

O Tribunal de Contas da União (TCU) exigiu que o governo aumentasse o compromisso de retorno mínimo à União - o lucro óleo, que representa fatia da produção devolvida ao governo, o que só deve acontecer de cinco a oito anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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