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Latam, criada pela fusão da LAN e da TAM, estará nas mãos dos chilenos

Embora cargos de comando tenham ficado para a família Amaro, LAN terá poder para dar a palavra final

Latam: família Rolim terá cargo institucional, de acordo com fonte (.)

Latam: família Rolim terá cargo institucional, de acordo com fonte (.)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

São Paulo - A distribuição de poder da Latam, resultado da fusão das companhias aéreas TAM e da chilena LAN, já mostra na mão de quem estará o controle da nova empresa. O CEO e vice-presidente executivo da Latam será Enrique Cueto, atual presidente da LAN. Maurício Rolim, atual vice-presidente da administração da TAM, será o presidente do Conselho Administrativo da Latam.

Essa divisão se dá porque a LAN deterá, na nova companhia, 79,6% das ações ordinárias do grupo - portanto, com poder de voto sobre as decisões. A TAM ficou com os outros 20,4% das ações, garante uma fonte ligada à companhia brasileira. O motivo da compra da brasileira pela chilena, por meio de troca de ações, é simples, diz a fonte: o caixa da LAN é maior que o da TAM.

"Essa divisão caracteriza que quem mandará nas operações da holding é a família Cueto, dona da LAN", afirma a fonte. "O cargo que será ocupado por Maurício é mais institucional que estratégico, uma maneira de mostrar que as empresa estão alinhadas, porém deixando claro quem manda".

O arranjo é semelhante ao proposto pela associação de outras duas gigantes - o Pão de Açúcar e a Casas Bahia. Michael Klein será o presidente do conselho de administração da nova Globex, e seu filho, Raphael, de 32 anos, será o presidente executivo. Na época, a avaliação dos especialistas era de que a distribuição de poder seria apenas formal, já que Abílio Diniz, o dono do Pão de Açúcar, deteria a maioria dos assentos do conselho - e mandaria na prática. O acordo acabou revisto por exigência dos Klein, a fim de conseguirem melhores condições na associação.

Velhos conhecidos

Ainda é cedo para dizer se a distribuição de poder dentro da Latam vai desagradar a família Amaro. De concreto, sabe-se que as relações entre os Cueto e os brasileiros são antigas e bem amistosas.

Elas remontam à época do fundador da TAM, Rolim Amaro, quando a empresa comprou suas primeiras aeronaves Airbus. A aquisição teria sido feita pelas duas empresas juntas, para barganhar um melhor preço pelos aviões. Desde então, unir as companhias virou uma obsessão para Amaro. "Entre idas e vindas de negociações, muito tempo se passou", conta a fonte.

André Esteves, CEO do BTG Pactual e atual conselheiro da TAM, foi o grande negociador da compra, bem como Marco Bologna, presidente do conselho de administração da companhia, afirmou uma pessoa próxima às companhias.

"Não sei quanto Esteves possui dos 20,4% de ações na Latam, mas imagino que ele deve ter ganhado uma boa comissão por ter alinhado os interesses das companhias nas negociações", disse o executivo.

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