Perdigão lança novas lasanhas para o Natal a partir de dados do Google
Serão dois novos sabores do prato, criados especificamente para o Natal, com base em análise de dados do Google sobre buscas dos consumidores nesse período
Karina Souza
Publicado em 17 de novembro de 2021 às 09h30.
Última atualização em 19 de novembro de 2021 às 15h51.
A Perdigão começou a vender dois novos sabores de lasanha para o Natal deste ano: a versão do prato com molho rosé, frango e espinafre e outro, com molho Alfredo e frango. Ambos são edições limitadas, disponíveis nos supermercados e no e-commerce da companhia a partir deste mês. Segundo a companhia, essa foi uma ideia que surgiu depois de analisar um relatório de busca por alimentos e receitas no Google durante o período de festas: os dados mostraram aumento de 80% na procura por lasanhas em relação à média anual -- e na véspera de Natal, esse crescimento foi de 320%. E, mais do que querer comer lasanha, o brasileiro busca por um prato diferente do tradicional, segundo a ferramenta de buscas.
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"Unimos todos esses fatores e decidimos lançar as edições limitadas, totalmente embasados no que o consumidor pedia. Para chegar à melhor combinação possível, contamos com um time de chefs que nos ajuda nas melhores combinações de ingredientes. Partimos obviamente do chester, que é um frango temperado diferenciado e cuja marca está presente no mercado há 41 anos. Conseguimos reinventá-lo mais uma vez para 2021", diz Luciana Bulau, gerente executiva da marca Perdigão, à EXAME.
Em relação ao preparo, os produtos seguem a fórmula tradicional: colocar no forno ou no microondas pelo tempo indicado na embalagem. As embalagens das edições limitadas terão um quilo, novamente, baseadas nos insights do que os consumidores queriam e procuravam -- aliado ao momento atual de vacinação avançada no país e a redução gradual das medidas mais intensas de isolamento social. Os produtos devem ser vendidos a partir de novembro e devem durar até o pós-ano novo, claro, de acordo com os estoques da companhia.
O preço é superior ao da versão convencional do prato. No e-commerce das marcas Sadia, Perdigão e Qualy, por exemplo, é possível encontrar a versão de chester com espinafre por R$ 24,99, enquanto a lasanha bolonhesa (1kg), por exemplo, custa R$ 20,79. A discrepância se dá principalmente por causa do fator óbvio de a versão limitada ser fabricada com o frango especial do fim de ano, mais caro do que os produtos usados para fabricar as outras versões do prato.
A aposta na abordagem com os dados, inclusive, foi além dos novos sabores de lasanha. Segundo a Perdigão, uma pesquisa realizada com a Kantar permitiu identificar necessidades dos consumidores atreladas ao churrasco no réveillon. Pensando em uma nova forma de entrar nesse evento, a Perdigão também vai lançar em 2021 o "chester versão churrasco". São coxas e sobrecoxas e filés do peito de frango especial, feitas para o preparo na brasa. "Estamos sempre muito antenados. Todos os instrumentos de pesquisa são muito valiosos para nos trazer informações relevantes a respeito do consumidor. Estamos cada vez mais de olho em dados", diz Luciana.
Falando em dados, do lado do Google, a parceria com a Perdigão faz parte de um esforço conduzido pela empresa junto aos clientes para entender quais comportamentos mudariam com a pandemia. Para isso, a gigante de buscas criou 18 relatórios mensais para diferentes indústrias, monitorando padrões de buscas dos usuários. As análises são geradas a partir de uma ferramenta que funciona de forma similar ao Google Trends -- com muito mais filtros e avanços do que a versão que é possível ser acessada por qualquer pessoa.
"Posicionamos o Google como uma empresa que ajuda outras a tomar decisões com base em dados. No caso da Perdigão, verificamos que as palavras associadas ao termo 'lasanha' eram 'simples' e 'fácil'. O que fez total sentido, considerando a necessidade de praticidade para pessoas que estão ficando mais em casa", diz Marco Bebiano, diretor de negócios para os segmentos de bens de consumo, tecnologia e governo do Google Brasil.
Além da Perdigão, a companhia de buscas já forneceu dados similares para a Seara -- que colaboraram para o lançamento da linha de proteína vegetal -- além da Nestlé, que segmentou uma categoria de produtos.
"O marketing tem sido, cada vez mais, orientado por dados.O exemplo da Perdigão mostra isso. Uma década atrás era impensável criar um produto com base em dados. Já hoje, isso mudou muito. Temos uma riqueza maior de dados e o desafio é estruturá-los, o que temos conseguido fazer com sucesso", diz Marco.