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Ela transformou um podcast sobre namoro em um negócio de R$ 650 milhões

Alex Cooper, do "Call Her Daddy", acaba de assinar um contrato com uma gigante de rádio americana após terminar a parceria com o Spotify

Alex Cooper, do podcast "Call Her Daddy": jovem americana de 30 anos transformou os desabafos em milhões de dólares (Antony Jones/Getty Images for Spotify)

Alex Cooper, do podcast "Call Her Daddy": jovem americana de 30 anos transformou os desabafos em milhões de dólares (Antony Jones/Getty Images for Spotify)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 24 de novembro de 2024 às 10h00.

Em 2018, Alexandra Cooper, então desempregada e com o coração partido, decidiu criar um podcast com sua colega de apartamento, Sofia Franklyn.

Gravado em um set improvisado num apartamento em Nova York, o podcast "Call Her Daddy" nasceu para que as apresentadoras falassem sobre seus problemas pessoais e vidas amorosas.

O estilo descontraído de discutir esses temas — naquele estilo "conversa de bar", como o PodPah no Brasil — funcionou, e a dupla conquistou uma legião de fãs.

Cinco anos depois, sem Franklin ao seu lado, Cooper se tornou um dos nomes mais lucrativos do mercado de mídia digital.

O começo improvável

O que começou como uma conversa descontraída entre amigas virou um império de mídia para pelo menos uma das garotas.

Nos dois primeiros meses, as conversas entre Alex Cooper e Sofia Franklyn conquistaram 2 milhões de downloads.

Isso chamou a atenção da Barstool Sports, uma produtora focada no público masculino, que ajudou Cooper a profissionalizar o formato.

Mas nem tudo foi fácil. Em 2020, as co apresentadoras se desentenderam e decidiram seguir caminhos diferentes.

O motivo, nunca confirmado, teria sido um desacordo sobre as negociações com a Barstool. A produtora teria oferecido um salário base de US$ 500 mil anuais.

Franklin, então, teria ido atrás de um acordo com outra empresa do ramo, enquanto Cooper continuava a negociação com a Barstool.

As brigas aumentaram com alegações de traição, discussões sobre "quem era o verdadeiro talento" e divergências sobre o esforço de cada uma no programa.

O desfecho foi a saída de Sofia, que lançou seu próprio podcast, "Sofia with an F".

Cooper, no entanto, conseguiu renegociar seu contrato com a Barstool e continuou sozinha no comando do Call Her Daddy.

Crescimento na mídia

Pouco tempo depois, assinou um contrato com o Spotify por R$ 320 milhões e ampliou o alcance do podcast, que deixou de focar apenas em sexo e passou a abordar temas como saúde mental, cultura pop e política.

A conversa com a parceira de podcast foi substituída por conversas com celebridades, como a cantora Katy Perry e a atriz Jane Fonda, além de figuras influentes.

Em outubro, a vice-presidente dos Estados Unidos Kamala Harris participou de um episódio semanas antes da eleição presidencial.

A mudança atraiu grandes marcas, como Tinder, Sephora e Airbnb, que passaram a patrocinar os episódios.

Milionária 'self-made'

Hoje, a jovem americana de 30 anos é CEO da própria produtora, a Unwell Network. O "Call Her Daddy", que atrai mais de 13 milhões de ouvintes por mês, e outros quatro podcasts de menor porte, fazem parte do catálogo.

A Unwell faz parte da Trending, empresa de mídia que Cooper cofundou com o marido e produtor de cinema, Matt Kaplan, em abril de 2023.

Em agosto, Cooper assinou um contrato de US$ 125 milhões por três anos com a gigante de rádio americana SiriusXM para levar o conteúdo da Unwell para a plataforma de streaming da empresa que tenta se reinventar na era digital.

A SiriusXM, conhecida por seu público mais velho e acostumada ao formato tradicional de rádio, aposta na jovem americana para atrair uma nova geração de ouvintes a sua plataforma de 34 milhões de ouvintes.

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