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Kroton vê espaço para crescer em ensino superior

Vice-presidente de finanças, Jamil Saud Marques, diz que base de captação de alunos vem crescendo ao longo dos semestres mesmo em cenário adverso

Kroton: houve a entrada de 333,7 mil novos alunos no primeiro trimestre, alta de 2,7% na comparação anual (Germano Lüders/EXAME/Exame Hoje)
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Reuters

Publicado em 7 de junho de 2018 às 18h32.

Última atualização em 7 de junho de 2018 às 19h05.

São Paulo - A Kroton Educacional vê potencial para continuar crescendo em ensino superior , apesar da estagnação da base de alunos nos últimos semestres em decorrência da retomada ainda lenta da economia, disse à Reuters o vice-presidente de finanças da companhia, Jamil Saud Marques.

"De fato, a base (de alunos) está meio de lado, mas mais importante que a base é a captação, que vem crescendo ao longo dos semestres mesmo nesse cenário macroeconômico mais adverso", afirmou o executivo.

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Ao fim de março, o maior grupo de ensino superior do país contava com um total de 997.183 estudantes, incluindo graduação e pós-graduação, uma base de alunos 1,3 por cento menor ante igual período de 2017.

Conforme balanço do primeiro trimestre, houve entrada de 333,7 mil novos alunos, alta de 2,7 por cento ano a ano, e evasão de 88.706 alunos, queda de 16,5 por cento na mesma comparação.

"Não só conseguimos sustentar o aumento da captação, mas o fizemos com o Fies representando menos de 1 por cento da captação total da companhia no primeiro trimestre", destacou Marques se referindo ao programa de financiamento estudantil do governo federal.

Segundo ele, o programa de parcelamento próprio da Kroton, o PEP, vem sendo uma ferramenta importante para os esforços de captação de alunos, abrangendo 61.605 estudantes. Por outro lado, o Fies atendia 116.628 alunos da Kroton, o equivalente a 28,7 por cento da base de graduação presencial, menos que o percentual de 39,5 por cento apurado um ano atrás, dado o maior nível de formaturas e a redução do número de vagas ofertadas pelo governo federal no programa.

Para 2018, o Ministério de Educação abriu 310 mil vagas nos moldes do Novo Fies, sendo 155 mil para o primeiro semestre, das quais apenas 35.866 foram contratadas. Entidades que representam o ensino superior privado atribuem a dificuldade para preencher as vagas ao endurecimento das regras do programa.

Na véspera, o MEC anunciou mudanças para ampliar o número de candidatos beneficiados pelo novo Fies, elevando o percentual mínimo de financiamento a 50 por cento do curso e o valor máximo financiado semestralmente de 30 mil para 42 mil reais.

Embora o Fies venha perdendo relevância na base da Kroton, Marques destacou que a Kroton seguirá disponibilizando vagas para o programa. "É uma política pública para o aluno. E nós apoiamos... Obviamente que a demanda ou o preenchimento (das vagas) dependerá do tipo de oferta e do processo", disse o executivo.

Questionado se a indefinição do cenário eleitoral teria impacto no desempenho da empresa, ele ressaltou que a política pode influenciar o ritmo de retomada da economia e redução do desemprego, o que por sua vez traria desafios ao negócio.

"O que mais afeta nosso negócio é desemprego, então claro que qualquer coisa que traga maior adversidade ao cenário macro coloca mais desafio ao negócio, mas o apetite de investimento em nosso setor continua", afirmou o diretor financeiro.

Na avaliação dele, o plano de expansão da Kroton reforça a perspectiva otimista da empresa no longo prazo. A meta da companhia é chegar a 2.776 polos de educação à distância até 2028 ante 1.310 atualmente. No presencial, a companhia abriu 10 unidades no primeiro semestre deste ano e outras 20 estão planejadas para o segundo.

O grupo ainda planeja internacionalizar as operações de ensino superior, completou Marques, sem especificar prazos ou países que estão na mira.

Mais recentemente, a Kroton ingressou na educação básica, criando a holding Saber para reunir ativos comprados na área, entre eles a Somos Educação e o Centro Educacional Leonardo Da Vinci, em Vitória (ES).

A aquisição da Somos, por 4,6 bilhões de reais, é o maior acordo feito pela Kroton desde que a fusão com a rival Estácio Participações foi rejeitada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em meados do ano passado.

"É uma transação ainda sujeita à aprovação do Cade...nosso foco hoje é certamente concretizar esse negócio antes de mais nada", comentou o executivo ao ser perguntado se novas compras estavam no radar.

As ações da Kroton fecharam a quinta-feira em baixa de 3,62 por cento, a 10,12 reais. Em 2018, o papel é o que registra a maior desvalorização (-44 por cento) entre os que compõem o Ibovespa, que por sua vez acumula baixa de 3,3 por cento.

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