Exame Logo

Kroton tem otimismo "cauteloso" sobre 2016

A empresa de educação avalia 2016 com otimismo "cauteloso" após relativa estabilidade das taxas de evasão de alunos e crescimento na captação de estudantes

Rodrigo Galindo, presidente da Kroton: a empresa está mantendo os planos de abertura de novas unidades de ensino presencial que poderão quase dobrar sua presença no Brasil (Germano Lüders/EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2015 às 16h36.

São Paulo - A empresa de educação Kroton avalia o próximo ano com otimismo "cauteloso" após relativa estabilidade das taxas de evasão de alunos e crescimento na captação de estudantes no terceiro trimestre, afirmaram executivos da companhia nesta segunda-feira.

A empresa, maior do setor no país, está mantendo os planos de abertura de novas unidades de ensino presencial que poderão quase dobrar sua presença no território nacional, mas pode modular o ritmo de abertura dependendo da economia, disse o presidente da Kroton, Rodrigo Galindo, em reunião com analistas, investidores e jornalistas, nesta segunda-feira.

O plano, de até 100 unidades protocoladas junto ao Ministério da Educação em cinco anos, está sendo mantido diante da baixa penetração do ensino superior no Brasil e de relativo baixo custo de abertura de cada um, disseram executivos da companhia. Atualmente a empresa tem 128 unidades em funcionamento.

Apesar do aumento do desemprego e da baixa confiança na economia, a Kroton informou na semana passada que conseguiu elevar em 4 por cento a captação de alunos de graduação no terceiro trimestre sobre um ano antes, com a taxa de evasão de alunos ficando praticamente estável.

"Certamente, esta resiliência da educação à crise tem limite, mas até agora não sentimos impactos importantes. Sem dúvida, o crescimento (de alunos) teria sido maior (não fosse a crise)", disse Galindo. O executivo evitou dar números precisos, mas segundo ele, a inadimplência também não está indicando curva acentuada para cima nos próximos meses.

O diretor financeiro, Frederico Abreu, afirmou que a empresa sentiu nos últimos meses uma pequena queda nos pagamentos em dia de mensalidades, mas que a companhia está conseguindo resultados melhores na recuperação dos pagamentos dos estudantes após implementar uma série de ações, como internalização da área de cobrança, o que está mantendo estável a provisão para devedores duvidosos (PDD).

Diante dos cortes no programa federal de financiamento estudantil (Fies), que fez a captação de alunos por este canal cair 84 por cento no terceiro trimestre, a Kroton segue discutindo "sem pressa" com bancos parceria para oferta de crédito privado.

Segundo Abreu, a intenção da empresa é poder lançar um produto de financiamento em parceria com instituições financeiras entre o próximo ano e 2017, enquanto vai buscar montar um FDIC (fundo de investimento em direitos creditórios) junto a algum banco de investimento com experiência em crédito estudantil.

O executivo não deu detalhes sobre volume de alunos a serem financiados por estes canais, mas comentou que diante do atual nível da Selic, a Kroton terá que subsidiar parte dos juros. Por sua vez, Galindo comentou que "financiamento estudantil fará parte da nossa estratégia de crescimento".

Para 2016, a expectativa da Kroton, após conversas com o MEC, é de manutenção no número de novas vagas de Fies em 300 mil a 350 mil vagas em relação a este ano. Para 2017, se a economia não apresentar melhora, também não haverá aumento nas vagas do programa, na avaliação da empresa. "Nossa avaliação é que este número já é o mínimo para o programa", disse Galindo.

Sobre aquisições, o executivo comentou que a estratégia de crescimento via fusões e compra de ativos continua "sendo parte do DNA" da Kroton, mas que a crise econômica não necessariamente cria um "saldão" de instituições com preços mais baratos para venda.

Segundo Galindo, "algumas empresas muito boas não estão querendo vender agora". Sobre este assunto, Abreu comentou que a Kroton está interessada em consolidar o setor de educação básica, que segundo a companhia tem 3.500 escolas espalhadas pelo país. Nesta área, a Kroton tem interesse em colégios com 500 a 1.000 alunos, com marcas fortes em suas regiões, mas também em sistemas de ensino, segmento com menos fragmentação.

O vice-presidente de novos negócios e inovação da Kroton, Paulo de Tarso, afirmou ainda que a companhia está apostando em um modelo de cursos de pós-graduação presenciais "mesclados" com recursos de ensino à distância, que gerarão maios valor para a companhia, além de incentivar mercado de cursos livres online por meio de parcerias.

Uma destas parcerias acabou sendo comprada pela Kroton. A aquisição, da empresa carioca de tecnologia de ensino Studiare, foi feita nesta segunda-feira durante o evento com os investidores.

A compra da Studiare, especializada em ferramentas de software para aprendizado adaptativo foi feita por 4,1 milhões de reais mais bônus em ações da Kroton.

Veja também

São Paulo - A empresa de educação Kroton avalia o próximo ano com otimismo "cauteloso" após relativa estabilidade das taxas de evasão de alunos e crescimento na captação de estudantes no terceiro trimestre, afirmaram executivos da companhia nesta segunda-feira.

A empresa, maior do setor no país, está mantendo os planos de abertura de novas unidades de ensino presencial que poderão quase dobrar sua presença no território nacional, mas pode modular o ritmo de abertura dependendo da economia, disse o presidente da Kroton, Rodrigo Galindo, em reunião com analistas, investidores e jornalistas, nesta segunda-feira.

O plano, de até 100 unidades protocoladas junto ao Ministério da Educação em cinco anos, está sendo mantido diante da baixa penetração do ensino superior no Brasil e de relativo baixo custo de abertura de cada um, disseram executivos da companhia. Atualmente a empresa tem 128 unidades em funcionamento.

Apesar do aumento do desemprego e da baixa confiança na economia, a Kroton informou na semana passada que conseguiu elevar em 4 por cento a captação de alunos de graduação no terceiro trimestre sobre um ano antes, com a taxa de evasão de alunos ficando praticamente estável.

"Certamente, esta resiliência da educação à crise tem limite, mas até agora não sentimos impactos importantes. Sem dúvida, o crescimento (de alunos) teria sido maior (não fosse a crise)", disse Galindo. O executivo evitou dar números precisos, mas segundo ele, a inadimplência também não está indicando curva acentuada para cima nos próximos meses.

O diretor financeiro, Frederico Abreu, afirmou que a empresa sentiu nos últimos meses uma pequena queda nos pagamentos em dia de mensalidades, mas que a companhia está conseguindo resultados melhores na recuperação dos pagamentos dos estudantes após implementar uma série de ações, como internalização da área de cobrança, o que está mantendo estável a provisão para devedores duvidosos (PDD).

Diante dos cortes no programa federal de financiamento estudantil (Fies), que fez a captação de alunos por este canal cair 84 por cento no terceiro trimestre, a Kroton segue discutindo "sem pressa" com bancos parceria para oferta de crédito privado.

Segundo Abreu, a intenção da empresa é poder lançar um produto de financiamento em parceria com instituições financeiras entre o próximo ano e 2017, enquanto vai buscar montar um FDIC (fundo de investimento em direitos creditórios) junto a algum banco de investimento com experiência em crédito estudantil.

O executivo não deu detalhes sobre volume de alunos a serem financiados por estes canais, mas comentou que diante do atual nível da Selic, a Kroton terá que subsidiar parte dos juros. Por sua vez, Galindo comentou que "financiamento estudantil fará parte da nossa estratégia de crescimento".

Para 2016, a expectativa da Kroton, após conversas com o MEC, é de manutenção no número de novas vagas de Fies em 300 mil a 350 mil vagas em relação a este ano. Para 2017, se a economia não apresentar melhora, também não haverá aumento nas vagas do programa, na avaliação da empresa. "Nossa avaliação é que este número já é o mínimo para o programa", disse Galindo.

Sobre aquisições, o executivo comentou que a estratégia de crescimento via fusões e compra de ativos continua "sendo parte do DNA" da Kroton, mas que a crise econômica não necessariamente cria um "saldão" de instituições com preços mais baratos para venda.

Segundo Galindo, "algumas empresas muito boas não estão querendo vender agora". Sobre este assunto, Abreu comentou que a Kroton está interessada em consolidar o setor de educação básica, que segundo a companhia tem 3.500 escolas espalhadas pelo país. Nesta área, a Kroton tem interesse em colégios com 500 a 1.000 alunos, com marcas fortes em suas regiões, mas também em sistemas de ensino, segmento com menos fragmentação.

O vice-presidente de novos negócios e inovação da Kroton, Paulo de Tarso, afirmou ainda que a companhia está apostando em um modelo de cursos de pós-graduação presenciais "mesclados" com recursos de ensino à distância, que gerarão maios valor para a companhia, além de incentivar mercado de cursos livres online por meio de parcerias.

Uma destas parcerias acabou sendo comprada pela Kroton. A aquisição, da empresa carioca de tecnologia de ensino Studiare, foi feita nesta segunda-feira durante o evento com os investidores.

A compra da Studiare, especializada em ferramentas de software para aprendizado adaptativo foi feita por 4,1 milhões de reais mais bônus em ações da Kroton.

Acompanhe tudo sobre:Cogna Educação (ex-Kroton)EducaçãoEmpresasEmpresas abertasSetor de educação

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame