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Kopenhagen prevê dobrar a rede em 5 anos com fundo Advent como sócio

Com novos recursos, a empresa estabeleceu uma meta ousada: multiplicar por quatro seu faturamento em cinco anos. A receita foi de R$ 1,7 bilhão em 2021

Kopenhagen: A empresa, hoje com 950 unidades, espera dobrar de tamanho até 2027 (Leandro Fonseca/Exame)

Kopenhagen: A empresa, hoje com 950 unidades, espera dobrar de tamanho até 2027 (Leandro Fonseca/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de maio de 2022 às 10h44.

Os últimos dois anos foram movimentados para o Grupo CRM, dono das marcas de chocolate Kopenhagen e Brasil Cacau. Não só pela pandemia, que obrigou a companhia a se digitalizar, mas também por ter sido vendida a um novo dono - o fundo de private equity Advent, que comprou o controle do grupo em outubro de 2020. Com novos recursos, a empresa estabeleceu uma meta ousada: multiplicar por quatro seu faturamento em cinco anos. A receita foi de R$ 1,7 bilhão em 2021.

À frente da companhia na nova fase está um rosto familiar: Renata Vichi - filha do antigo controlador, Celso Moraes -, que assumiu o posto em fevereiro de 2020, após 25 anos de empresa. Ela foi referendada pelo Advent para a missão de acelerar o crescimento, quesito em que a Cacau Show, sua principal rival, tem sido mais ágil.

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A empresa, hoje com 950 unidades, espera dobrar de tamanho até 2027. Para isso, o plano prevê a inauguração de 130 lojas até o fim deste ano (100 da Kopenhagen e 30 da Brasil Cacau, marca mais barata do grupo), e de outras 200 por ano a partir de 2023. Como comparação, a Cacau Show tem 3 mil pontos de venda e deve inaugurar mais 500 este ano.

Mas, para crescer na velocidade planejada, será preciso mudar a cultura brasileira de consumo de chocolate. Os produtos ainda são muito lembrados em datas festivas - 55% das receitas estão concentradas na Páscoa e no Natal.

A média atual de consumo por pessoa é de 2,7 quilos por ano, enquanto em países como Suíça e Alemanha a proporção chega a 9 quilos. Para ampliar o número, a grande aposta de Renata é a linha de chocolates Soul Good, que tem produtos com altos porcentuais de cacau, sem açúcar e lactose. A linha já representa 7% das vendas do grupo. A ideia é fazer o mesmo com outras linhas lançadas recentemente, como a de sorvetes.

A empresa também tem apostado no café. Nas lojas da Kopenhagen, 25% das vendas já estão ligadas ao produto ou derivados. Por isso, uma das vias de crescimento para os próximos anos é o Kop Koffee, rede de cafeterias lançada pouco antes da pandemia. Hoje são duas lojas em funcionamento e uma cafeteria em uma loja conceito no bairro do Itaim.

"Ainda não temos um número estimado, mas superará uma centena de lojas", afirma Renata. Outro flanco de expansão é o e-commerce, cuja meta é ampliar a fatia das vendas de 20% para 30%.

Para Alberto Serrentino, sócio da consultoria Varese Retail, especializada em varejo, o modelo de cafés dá mais espaço para o grupo crescer, e a entrada do Advent dá robustez para um crescimento mais estruturado. "Com o número de lojas em ampliação, é mais fácil ter uma operação online. A entrega dos chocolates, que estragam facilmente, fica mais rápida", diz.

Sobre o futuro com o Advent, Renata prefere não indicar a data para uma eventual saída do fundo do controle da Kopenhagen, assim como um futuro IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês). "O Advent tem visão de longo prazo e não tem pressa de sair. Todos sabem que existe uma captura muito forte de valor", afirma a executiva.

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