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Justiça decreta falência da fabricante de geladeiras Mabe

A Mabe não cumpriu as obrigações do acordo de recuperação judicial, como pagar credores e manter pagamento de funcionários

Mabe: ela não cumpriu as obrigações do acordo de recuperação judicial, como pagar credores (Divulgação/Facebook oficial)

Karin Salomão

Publicado em 16 de fevereiro de 2016 às 14h07.

São Paulo - Pouco mais de dois anos depois que a Mabe Eletrodomésticos entrou com pedido de recuperação judicial, a Justiça de São Paulo decretou sua falência.

Segundo o documento de falência, a fabricante de fogões e geladeiras das marcas Dako e Continental não cumpriu as obrigações do acordo de recuperação , como pagar credores e manter pagamento de funcionários.

A empresa, que nasceu com fusão entre a GE e a Dako em meados de 2004, é controlada pelo grupo mexicano Mabe. Ela havia entrado com pedido de recuperação judicial em maio de 2013.

Um ano depois, com a aprovação do pedido, fechou uma de suas fábricas em Itu, SP, demitindo 1.000 pessoas.

No entanto, não pagou os credores trabalhistas e não há provas de que ela pagou o único credor com garantia real, que eram obrigações da empresa durante o processo, afirma o documento.

O Ministério Público se manifestou a favor da falência no dia 10 de fevereiro de 2016. Com isso, a Justiça de São Paulo autorizou a demissão dos funcionários, a retirada do FGTS e o seguro desemprego.

Fim das atividades

Em dezembro do ano passado, a Mabe encerrou suas atividades nas duas fábricas em Campinas e Hortolândia, ambas em SP, e concedeu férias coletivas aos trabalhadores.

A previsão era que a operação voltasse a funcionar em janeiro, mas a empresa não conseguiu pagar salários nem o 13º de mais de 1.500 funcionários.

Desde dezembro, centenas de funcionários estão acampados em frente às fábricas, segundo o G1.

No início desta semana, um confronto entre um segurança e os trabalhadores terminou em tiros. Ao se sentir acuado, um dos vigias atirou três vezes para cima, diz a empresa, que afirma que afastou o segurança.

Dívidas e dificuldades

De acordo com o documento de falência, a empresa não possui receita para retomar suas atividades nem para pagar os seus credores.

As verbas rescisórias de demissões feitas em dezembro totalizam 19,1 milhões de reais. Ela ainda deve 19,2 milhões de reais em serviços contratados e 4,5 milhões de reais em matéria prima. Há, ainda, 2.234 processos contra a empresa.

Outra dificuldade da empresa é conseguir capital de giro para financiar suas atividades.

Solução

Agora, o escritório Capital Administradora Judicial será o responsável por gerenciar os bens da empresa, como fábrica e equipamentos, assim como as dívidas pendentes.

A solução encontrada para o pagamento das dívidas foi a criação de uma nova empresa, usando os bens restantes para estruturá-la, gerar receita e pagar as dívidas com fornecedores e trabalhadores.

A diretoria e acionistas da Mabe Brasil são proibidos de participar dessa nova empresa. Esse passo ainda depende da aprovação da Justiça.

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São Paulo - Pouco mais de dois anos depois que a Mabe Eletrodomésticos entrou com pedido de recuperação judicial, a Justiça de São Paulo decretou sua falência.

Segundo o documento de falência, a fabricante de fogões e geladeiras das marcas Dako e Continental não cumpriu as obrigações do acordo de recuperação , como pagar credores e manter pagamento de funcionários.

A empresa, que nasceu com fusão entre a GE e a Dako em meados de 2004, é controlada pelo grupo mexicano Mabe. Ela havia entrado com pedido de recuperação judicial em maio de 2013.

Um ano depois, com a aprovação do pedido, fechou uma de suas fábricas em Itu, SP, demitindo 1.000 pessoas.

No entanto, não pagou os credores trabalhistas e não há provas de que ela pagou o único credor com garantia real, que eram obrigações da empresa durante o processo, afirma o documento.

O Ministério Público se manifestou a favor da falência no dia 10 de fevereiro de 2016. Com isso, a Justiça de São Paulo autorizou a demissão dos funcionários, a retirada do FGTS e o seguro desemprego.

Fim das atividades

Em dezembro do ano passado, a Mabe encerrou suas atividades nas duas fábricas em Campinas e Hortolândia, ambas em SP, e concedeu férias coletivas aos trabalhadores.

A previsão era que a operação voltasse a funcionar em janeiro, mas a empresa não conseguiu pagar salários nem o 13º de mais de 1.500 funcionários.

Desde dezembro, centenas de funcionários estão acampados em frente às fábricas, segundo o G1.

No início desta semana, um confronto entre um segurança e os trabalhadores terminou em tiros. Ao se sentir acuado, um dos vigias atirou três vezes para cima, diz a empresa, que afirma que afastou o segurança.

Dívidas e dificuldades

De acordo com o documento de falência, a empresa não possui receita para retomar suas atividades nem para pagar os seus credores.

As verbas rescisórias de demissões feitas em dezembro totalizam 19,1 milhões de reais. Ela ainda deve 19,2 milhões de reais em serviços contratados e 4,5 milhões de reais em matéria prima. Há, ainda, 2.234 processos contra a empresa.

Outra dificuldade da empresa é conseguir capital de giro para financiar suas atividades.

Solução

Agora, o escritório Capital Administradora Judicial será o responsável por gerenciar os bens da empresa, como fábrica e equipamentos, assim como as dívidas pendentes.

A solução encontrada para o pagamento das dívidas foi a criação de uma nova empresa, usando os bens restantes para estruturá-la, gerar receita e pagar as dívidas com fornecedores e trabalhadores.

A diretoria e acionistas da Mabe Brasil são proibidos de participar dessa nova empresa. Esse passo ainda depende da aprovação da Justiça.

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