Para um banco visto como um grande gestor de risco que passou pela crise financeira sem ter prejuízos, os erros são vexatórios (Jemal Countess/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2012 às 09h02.
O JPMorgan Chase, o maior banco dos Estados Unidos em ativos, perdeu pelo menos 2 bilhões de dólares em uma estratégia de hedge equivocada, uma operação com ações que afetou a reputação da instituição financeira e do presidente-executivo Jamie Dimon.
Para um banco visto como um grande gestor de risco que passou pela crise financeira sem ter prejuízos, os erros são vexatórios, especialmente levando em conta as notórias críticas de Dimon à proibição de grandes bancos fazerem trading proprietário.
"Estamos com a cara no chão", disse Dimon em teleconferência com analistas. Ele admitiu que as perdas têm a ver com a matéria do Wall Street Journal no mês passado sobre um operador, chamado de "London Whale", que estaria muito comprado em uma posição em que os fundos de hedge apostaram contra.
O banco afirmou à Securities and Exchange Commission (SEC, reguladora do mercado mobiliário dos Estados Unidos) que desde o fim de março a vice-presidência de investimentos -um braço do banco- estava tendo grandes perdas em carteira, principalmente no uso de derivativos para tentar antecipar o comportamento das ações.
Embora outros ganhos tenham em parte compensado as perdas em trading, o banco estima que a unidade da carteira em questão terá um prejuízo de 800 milhões de dólares no atual trimestre, excluindo resultados com private equity e despesas com litígios. O banco antes previa que a unidade teria um lucro de cerca de 200 milhões de dólares.
"Isso pode custar 1 bilhão de dólares ou mais" além do prejuízo estimado até agora, segundo Dimon. "É um risco que vai durar por trimestres", afirmou.