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John Malone recuperará trono da TV a cabo

Com a oferta da Charter pela Time Warner, o bilionário de 74 anos volta ao topo do setor de TV a cabo

John Malone: Malone também sinalizou seu desejo de procurar grandes transações na Europa (Scott Eells/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2015 às 21h33.

Londres - John Malone retornou ao setor de TV a cabo dos EUA com uma vingança.

Há apenas dois anos, o homem que ganhou uma fortuna transformando a Tele-Communications Inc. em um colosso das emissoras americanas estava passando grande parte do seu tempo tentando repetir o truque na Europa com a Liberty Global Plc, com sede em Londres.

Contudo, a oferta de US$ 55 bilhões feita pela Charter Communications Inc. de Malone pela Time Warner Cable Inc. nesta terça-feira mostra que o bilionário de 74 anos continua ávido por conseguir papel principal na consolidação que está ocorrendo no setor nos dois lados do Oceano Atlântico.

“Ninguém neste negócio foi tão importante como Malone”, disse Neil Campling, analista sênior da Aviate Global em Londres. “Ele também é banqueiro de coração e faz essas transações não por amor ao setor, ou porque haja romance, mas por ser um empresário astuto”.

Se a aquisição da Time Warner Cable for concluída, Malone terá fechado o círculo aberto 15 anos atrás, quando ele abandonou seu segundo lugar no setor de TV paga nos EUA ao vender a TCI para a AT&T Inc.

O anúncio desta terça-feira também constitui uma reviravolta do ocorrido 15 meses atrás, quando a primeira oferta da Charter pela Time Warner Cable foi ofuscada por um lance de US$ 45 bilhões feito pela Comcast Corp. – abandonado no mês passado em meio a preocupações de órgãos antitrustes.

Perder para a Comcast foi considerado um grande golpe para Malone depois que ele voltou discretamente às águas da TV a cabo americana em 2013 com a compra de uma participação majoritária na Charter.

Tratou-se também da sua segunda derrota naquele ano, depois de perder para a Vodafone Group Plc por uma oferta de 7,7 bilhões de euros (US$ 8,4 bilhões) feita pela Kabel Deutschland Holding AG da Alemanha.

Assinaturas

A oferta de hoje, de US$ 195,71 por ação, 14 por cento acima do valor da Time Warner Cable no encerramento de 22 de maio, catapultaria a Charter do quarto para o segundo lugar entre as maiores companhias de TV a cabo, atrás da Comcast.

A transação permitirá à Charter quase quadruplicar seu número de assinantes de TV a cabo, ganhando 12 milhões de clientes em cidades como Nova York, Los Angeles e Dallas. A empresa também concordou em comprar a Bright House Networks LLC, a sexta maior empresa de TV a cabo, e a fusionará com a entidade combinada.

A perseguição da Time Warner Cable ganhou urgência depois que Patrick Drahi, um antigo protegido de Malone, emergiu como rival procurando comprar ativos de TV a cabo nos EUA. Na semana passada, a Altice SA, de Drahi, com sede em Luxemburgo, comprou uma fornecedora de TV a cabo dos EUA de menor tamanho, a Suddenlink Communications, e estava negociando com a Time Warner Cable, segundo fontes.

Embora a TV a cabo enfrente um futuro incerto devido ao surgimento de concorrentes na internet como a Netflix Inc., Malone e Drahi estão dispostos a financiar grandes transações porque eles acreditam que as redes de TV a cabo serão fundamentais para oferecer grandes quantidades de conteúdos a alta velocidade.

Vodafone

Malone também sinalizou seu desejo de procurar grandes transações na Europa por meio da Liberty Global. Na semana passada, ele disse que achava que os ativos de celulares da Vodafone na Europa Ocidental “se encaixariam muito bem”.

Com uma fortuna líquida de US$ 8,6 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index, Malone entrou para o setor de TV a cabo em 1972, quando ajudou o ex-vendedor de caroços de algodão Bob Magness a transformar a TCI.

Depois de vender a companhia para a AT&T, ele aumentou os investimentos nas operações de TV a cabo e por satélite no Reino Unido e fundou a Liberty Global em meados da década de 2000.

Ele voltou a incursionar na TV a cabo nos EUA em maio de 2013 pagando US$ 2,6 bilhões por uma participação de 27 por cento na Charter. Ele também é o maior proprietário particular de terras dos EUA e vem comprando hotéis e terrenos privados na Irlanda nos últimos anos.

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Há apenas dois anos, o homem que ganhou uma fortuna transformando a Tele-Communications Inc. em um colosso das emissoras americanas estava passando grande parte do seu tempo tentando repetir o truque na Europa com a Liberty Global Plc, com sede em Londres.

Contudo, a oferta de US$ 55 bilhões feita pela Charter Communications Inc. de Malone pela Time Warner Cable Inc. nesta terça-feira mostra que o bilionário de 74 anos continua ávido por conseguir papel principal na consolidação que está ocorrendo no setor nos dois lados do Oceano Atlântico.

“Ninguém neste negócio foi tão importante como Malone”, disse Neil Campling, analista sênior da Aviate Global em Londres. “Ele também é banqueiro de coração e faz essas transações não por amor ao setor, ou porque haja romance, mas por ser um empresário astuto”.

Se a aquisição da Time Warner Cable for concluída, Malone terá fechado o círculo aberto 15 anos atrás, quando ele abandonou seu segundo lugar no setor de TV paga nos EUA ao vender a TCI para a AT&T Inc.

O anúncio desta terça-feira também constitui uma reviravolta do ocorrido 15 meses atrás, quando a primeira oferta da Charter pela Time Warner Cable foi ofuscada por um lance de US$ 45 bilhões feito pela Comcast Corp. – abandonado no mês passado em meio a preocupações de órgãos antitrustes.

Perder para a Comcast foi considerado um grande golpe para Malone depois que ele voltou discretamente às águas da TV a cabo americana em 2013 com a compra de uma participação majoritária na Charter.

Tratou-se também da sua segunda derrota naquele ano, depois de perder para a Vodafone Group Plc por uma oferta de 7,7 bilhões de euros (US$ 8,4 bilhões) feita pela Kabel Deutschland Holding AG da Alemanha.

Assinaturas

A oferta de hoje, de US$ 195,71 por ação, 14 por cento acima do valor da Time Warner Cable no encerramento de 22 de maio, catapultaria a Charter do quarto para o segundo lugar entre as maiores companhias de TV a cabo, atrás da Comcast.

A transação permitirá à Charter quase quadruplicar seu número de assinantes de TV a cabo, ganhando 12 milhões de clientes em cidades como Nova York, Los Angeles e Dallas. A empresa também concordou em comprar a Bright House Networks LLC, a sexta maior empresa de TV a cabo, e a fusionará com a entidade combinada.

A perseguição da Time Warner Cable ganhou urgência depois que Patrick Drahi, um antigo protegido de Malone, emergiu como rival procurando comprar ativos de TV a cabo nos EUA. Na semana passada, a Altice SA, de Drahi, com sede em Luxemburgo, comprou uma fornecedora de TV a cabo dos EUA de menor tamanho, a Suddenlink Communications, e estava negociando com a Time Warner Cable, segundo fontes.

Embora a TV a cabo enfrente um futuro incerto devido ao surgimento de concorrentes na internet como a Netflix Inc., Malone e Drahi estão dispostos a financiar grandes transações porque eles acreditam que as redes de TV a cabo serão fundamentais para oferecer grandes quantidades de conteúdos a alta velocidade.

Vodafone

Malone também sinalizou seu desejo de procurar grandes transações na Europa por meio da Liberty Global. Na semana passada, ele disse que achava que os ativos de celulares da Vodafone na Europa Ocidental “se encaixariam muito bem”.

Com uma fortuna líquida de US$ 8,6 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index, Malone entrou para o setor de TV a cabo em 1972, quando ajudou o ex-vendedor de caroços de algodão Bob Magness a transformar a TCI.

Depois de vender a companhia para a AT&T, ele aumentou os investimentos nas operações de TV a cabo e por satélite no Reino Unido e fundou a Liberty Global em meados da década de 2000.

Ele voltou a incursionar na TV a cabo nos EUA em maio de 2013 pagando US$ 2,6 bilhões por uma participação de 27 por cento na Charter. Ele também é o maior proprietário particular de terras dos EUA e vem comprando hotéis e terrenos privados na Irlanda nos últimos anos.

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