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J&F e JBS ficarão em lista negativa do BNDES, diz fonte

A fonte disse que empresas que estão sendo investigadas em operações de corrupção e lavagem de dinheiro "têm o cadastro afetado no banco"

BNDES: o grupo J&F ficará com cadastro negativo junto ao BNDES por tempo indeterminado (Vanderlei Almeida/AFP)

BNDES: o grupo J&F ficará com cadastro negativo junto ao BNDES por tempo indeterminado (Vanderlei Almeida/AFP)

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Reuters

Publicado em 22 de maio de 2017 às 18h02.

Última atualização em 22 de maio de 2017 às 18h02.

Rio de Janeiro - O grupo de alimentos JBS e sua holding controladora J&F ficarão por tempo indeterminado em lista negativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que decidiu fechar as portas para futuros empréstimos ao conglomerado dos irmãos Joesley e Wesley Batista, afirmou uma fonte da instituição de fomento nesta segunda-feira.

"Empresas que estão sendo investigadas em operações de corrupção e lavagem de dinheiro têm o cadastro afetado no banco", disse à Reuters a fonte, que pediu anonimato, acrescentando que isso só será regularizado depois de o grupo assinar acordo de leniência com a Justiça.

"O cadastro da J&F numa condição dessa não é um bom cadastro. O banco tem uma série de normas anticorrupção e contra lavagem de dinheiro, temos que seguir normas e acordos internacionais", acrescentou.

Suspeitas de irregularidades na concessão de empréstimos aos grupos J&F e JBS pelo BNDES foram denunciadas na semana passada por delações dos irmãos Batista.

Recentemente, mais de 30 funcionários do BNDES foram alvos de operação da PF e conduzidos coercitivamente para prestar esclarecimentos sobre empréstimos aos grupos de cerca de 8 bilhões de reais desde 2007.

O grupo J&F ficará com cadastro negativo junto ao BNDES por tempo indeterminado até que o grupo assine um acordo de leniência com Justiça, afirmou a fonte.

As negociações para um possível acordo de leniência foram retomadas, após terem sido interrompidas na sexta-feira devido a um impasse em relação ao valor da multa a ser paga pela empresa.

"Só se pode retomar e reiniciar o relacionamento (com o grupo) quando tiver um acordo de leniência protocolado e aceito pelo STF", disse a fonte.

"(Esse bloqueio) vale para todo o grupo, não só para JBS", acrescentou.

Além da JBS, os investimentos da J&F incluem a fabricante de celulose Eldorado Brasil, a fabricante de calçados Alpargatas, a empresa de laticínios Vigor e o banco Original. A Eldorado tem tentado fechar um pacote de financiamentos para viabilizar a construção de uma segunda linha de produção de celulose em Três Lagoas (MS).

Procurado, o BNDES não pode informar de imediato se há novos pedidos de crédito de empresas do grupo J&F sob análise no BNDES.

O banco afirmou que montou uma comissão interna para apurar todas as operações de crédito junto ao grupo.

Braço de participações em empresas do BNDES, o BNDESPar afirmou no fim de semana que pediu à JBS esclarecimentos sobre a homologação de delação premiada dos irmãos Batista, além de esclarecimentos sobre operações de venda de ações da JBS pelos controladores, "concomitantemente a operações de compra de ações pela própria companhia; e operações recentes de câmbio realizadas pela JBS e seus controladores".

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