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JBS vê carne bovina do Brasil competitiva nos EUA

Segundo o presidente da JBS Mercosul, Miguel Gularte, o Brasil tem competitividade até mesmo para vender fora de uma cota de isenta de tarifas


	JBS: um dos trunfos do Brasil, maior exportador global de carne bovina, é ter ampla oferta da carne de dianteiro do gado
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

JBS: um dos trunfos do Brasil, maior exportador global de carne bovina, é ter ampla oferta da carne de dianteiro do gado (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2016 às 18h27.

São Paulo - A JBS, maior produtora global de carnes, avalia que os Estados Unidos estarão já em 2017 entre os cinco principais destinos de carne bovina brasileira, apostando na competitividade do produto nacional, afirmou nesta sexta-feira um alto executivo da companhia, no dia em que a empresa realizou o seu primeiro embarque de cortes in natura para o território norte-americano.

Segundo o presidente da JBS Mercosul, Miguel Gularte, o Brasil tem competitividade até mesmo para vender fora de uma cota de isenta de tarifas, de 64,8 mil toneladas de carne in natura, na qual o país foi incluído após acordo histórico em agosto com o governo dos EUA.

"Quando terminar o volume da cota (isenta de tarifa), os negócios vão seguir de forma normal, e o cliente vai ter que pagar e talvez descontar o preço", afirmou o executivo, referindo-se ao imposto de 26,4 por cento cobrado para as vendas fora da cota.

Um dos trunfos do Brasil, maior exportador global de carne bovina, é ter ampla oferta da carne de dianteiro do gado, usada para fazer hambúrguer, produto altamente consumido nos EUA.

Gularte ressaltou que boa parte da carne importada pelos EUA é utilizada para a produção de hambúrguer, e com o produto brasileiro não será diferente.

Segundo o presidente da JBS Mercosul, o fato de a carne brasileira ter baixo percentual de gordura, devido ao tipo de gado que predomina no Brasil, ajuda na utilização do produto como "blend" para a preparação dos hambúrgueres.

A posição de líder do Brasil na exportação global, com uma capacidade de oferta constante, também facilita os negócios com os norte-americanos.

Ele destacou também a grande atuação que a JBS tem nos Estados Unidos, o que também favorece a penetração da carne do Brasil.

"Como temos uma operação consolidada nos EUA, com clientes variados e importantes, evidente que vamos ter facilidade de colocar o nosso produto, a nossa marca é muito reconhecida e procurada nos EUA", afirmou ele sobre a unidade norte-americana, líder em faturamento do grupo.

Cota

Considerando que o Brasil obteve apenas recentemente autorização para exportar aos EUA, o executivo avaliou que a cota sem tarifa de 64,8 mil toneladas não será toda utilizada em 2016.

Até o momento, ainda existem pouco mais de 30 mil toneladas na cota sem tarifa, após a Nicarágua ter exportado 26 mil toneladas e a Costa Rica outras 6,9 mil toneladas, disse o executivo.

"Faltam quatro meses para finalizar o ano, e o Brasil começou a exportar...", disse ele, acreditando que o país conseguirá enviar, ao todo, 20 mil toneladas para os EUA na cota em 2016.

"Ano que vem, com a estrutura de produção já funcionando, com as empresas já habilitadas, possivelmente deve ser consumida toda, com o Brasil ficando com grande parte dela."

A empresa de alimentos Marfrig fez no domingo seu primeiro embarque de carne bovina in natura para os Estados Unidos, no que, segundo ela, foi o primeiro negócio do gênero após a abertura do comércio de carne in natura entre os dois países.

O anúncio foi seguido pela JBS, que divulgou na segunda-feira que um contêiner de carne bovina in natura saiu de fábrica em Campo Grande (MS) para o porto de Itapoá (SC).

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