Novo Jaguar E-Pace (Jaguar/Divulgação)
Karin Salomão
Publicado em 22 de janeiro de 2018 às 08h00.
Última atualização em 22 de janeiro de 2018 às 09h22.
São Paulo – Incentivos financeiros e serviços trouxeram mais clientes para a Jaguar Land Rover em 2017. A montadora de carros premium investiu para reduzir as barreiras de compra e para tornar os carros mais “acessíveis”.
Os esforços trouxeram resultado. O mercado premium caiu 3,1% em 2017, enquanto a Jaguar Land Rover cresceu 3,5%.
O mercado automotivo, de maneira geral, cresceu quase 10% no ano passado no Brasil, revertendo 4 anos de recessão, mas o segmento premium ainda não se recuperou como o restante do setor.
Entre as marcas da montadora, a Jaguar teve um desempenho ainda melhor, com crescimento de 59,1%. A marca Land Rover teve desempenho estável em relação ao ano anterior.
Para Ruben Barbosa, diretor de vendas da Jaguar Land Rover para a América Latina, a alta das vendas da Jaguar se deve principalmente ao lançamento de novos modelos, como o F-Pace e as pré-vendas do novo E-Pace.
Já na Land Rover, a empresa manteve a liderança no segmento de SUVs premium, com 24,5% do mercado, com o lançamento dos modelos Discovery, em junho, e o Range Rover Velar, em novembro.
Para aumentar as vendas, a empresa precisou atacar a barreira que alguns consumidores tinham para comprar um carro da marca, seja pelo preço alto, seja pela insegurança de não conseguir manter o carro, depois da compra.
Em relação ao preço, a montadora tem uma parceria com o banco Alfa para oferecer taxas mais valores de entrada e taxas de juros mais vantajosas. A parceria já existe há cinco anos e todo o contato com os clientes é feito nas concessionárias da empresa, através da Jaguar Land Rover Financial Services. Em 2017, a empresa investiu ainda mais de sua própria verba para subsidiar os pagamentos dos consumidores.
Já em relação à barreira na hora da compra, a montadora fez tomou medidas para que a aquisição de um carro jaguar ou Land Rover não seja tão intimidadora.
Uma das ações é o desconto no valor das primeiras revisões na compra de um pacote promocional. Outra mudança foi em relação aos seminovos. A empresa criou o serviço Approved Cars, em que a concessionária revisa mais de 160 itens e certifica o veículo para venda.
"O consumidor brasileiro se preocupa muito com a desvalorização do carro, se ele vai conseguir vender daqui a dois anos", disse Barbosa. Ainda que a montadora não tenha nenhuma receita com a venda de carros usados, o fato de facilitar a venda deixa o consumidor mais tranquilo para adquirir um zero, afirma o diretor.
Dessa forma, a empresa ganhou em participação de mercado, de 15,8% a 17% no segmento premium.
O ano de 2017 também foi de amadurecimento da fábrica Itatiaia, no sul fluminense, sua primeira fábrica própria fora do Reino Unido. Ela foi inaugurada no meio da crise, em junho de 2016, com investimento de 750 milhões de reais. "Foi um ano de crescer, desenvolver a linha de produção e amadurecer os processos. A fábrica já produz com maior fluidez", disse Barbosa.
Na América Latina, a montadora abriu filial própria no México em outubro de 2017. Agora, são dois escritórios próprios da companhia na região – ao lado do de Bogotá, Colômbia – que se reportam à regional brasileira. As vendas na América Latina também apresentaram um desempenho positivo na Argentina, Chile, Colômbia, Guatemala e Peru.