J&F deve deixar setor elétrico após concluir projetos
Complicações em projetos eólicos tocados em parceria com Furnas, do Grupo Eletrobras, também pesam na avaliação da holding da família Batista
Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2015 às 14h30.
São Paulo - A holding J&F , controladora da JBS, maior produtora de carnes do mundo, perdeu o interesse em novos investimentos no setor elétrico brasileiro e prepara a sua saída do segmento, diante de um cenário macroeconômico menos favorável e mudanças em financiamento público ao setor.
Complicações em projetos eólicos tocados em parceria com Furnas, do Grupo Eletrobras, também pesam na avaliação da holding da família Batista, que até recentemente avaliava avançar no setor por meio de aquisições, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento direto do assunto.
O impacto na indústria de eletricidade da operação Lava Jato, que chegou ao setor por meio da prisão do presidente licenciado da Eletrobras Eletronuclear nesta terça-feira, também é outro fator comentado por uma das fontes, que vê possível complicação no ambiente de investimentos do segmento em geral.
A J&F Infraestrutura, que tem investimentos de 3 bilhões de reais em linhas de transmissão que estão em construção e nos projetos eólicos, vai se dedicar a concluir os empreendimentos em andamento e depois deverá procurar compradores para esses ativos, segundo essas fontes.
"O cenário hoje é de muita incerteza", disse um executivo a par do tema, sob a condição de anonimato. Ele citou dúvidas em relação ao financiamento dos investimentos no setor elétrico, após mudanças na política de liberação de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e condições econômicas adversas no país.
Também pesa na decisão a dificuldade para tocar 13 projetos eólicos em parceria com Furnas no Ceará e no Rio Grande do Norte. Os parques haviam fechado a compra de equipamentos com a argentina Impsa, que entrou em recuperação judicial.
De acordo com relatório de fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as obras ainda não começaram nas usinas, que precisariam iniciar a produção de eletricidade em setembro deste ano.
No momento, segundo uma das fontes, a J&F conversa com a agência para tentar um novo prazo ou um excludente de responsabilidade, que a exima de eventuais multas por atraso, bem como segue em negociações para substituir a Impsa por um novo fornecedor de turbinas.
Já as linhas de transmissão da empresa estão no cronograma, com a previsão de entrega dos projetos entre o final deste ano e 2016. Após a entrega, a holding reavaliará os investimentos nos setor, e, caso decida por não seguir com os aportes, colocará o portfólio à venda.
Se a decisão fosse tomada hoje, no entanto, seria pela venda dos ativos e suspensão de novos investimentos. "Sem dúvida, o cenário não é tão atraente", disse uma das fontes.
Uma outra fonte afirmou, também sob anonimato, que o desenrolar da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, ajudou a complicar ainda mais o ambiente para investimentos, ao reduzir a oferta de fornecedores e parceiros para empreendimentos em grandes projetos de infraestrutura.
A holding J&F possui negócios em diversos segmentos, como o financeiro, por meio do Banco Original, agronegócio, celulose e cosméticos.
Os aportes do braço de infrestrutura da holding no setor elétrico foram feitos por meio do Fundo de Investimentos em Participações (FIP) Caixa Milão, administrado pela Caixa Econômica Federal.
Além de transmissão e geração, a J&F chegou a revelar interesse na aquisição da distribuidora de energia elétrica Celpa, que pertencia ao Grupo Rede e acabou comprada pela Equatorial em 2012, após entrar em recuperação judicial.
São Paulo - A holding J&F , controladora da JBS, maior produtora de carnes do mundo, perdeu o interesse em novos investimentos no setor elétrico brasileiro e prepara a sua saída do segmento, diante de um cenário macroeconômico menos favorável e mudanças em financiamento público ao setor.
Complicações em projetos eólicos tocados em parceria com Furnas, do Grupo Eletrobras, também pesam na avaliação da holding da família Batista, que até recentemente avaliava avançar no setor por meio de aquisições, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento direto do assunto.
O impacto na indústria de eletricidade da operação Lava Jato, que chegou ao setor por meio da prisão do presidente licenciado da Eletrobras Eletronuclear nesta terça-feira, também é outro fator comentado por uma das fontes, que vê possível complicação no ambiente de investimentos do segmento em geral.
A J&F Infraestrutura, que tem investimentos de 3 bilhões de reais em linhas de transmissão que estão em construção e nos projetos eólicos, vai se dedicar a concluir os empreendimentos em andamento e depois deverá procurar compradores para esses ativos, segundo essas fontes.
"O cenário hoje é de muita incerteza", disse um executivo a par do tema, sob a condição de anonimato. Ele citou dúvidas em relação ao financiamento dos investimentos no setor elétrico, após mudanças na política de liberação de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e condições econômicas adversas no país.
Também pesa na decisão a dificuldade para tocar 13 projetos eólicos em parceria com Furnas no Ceará e no Rio Grande do Norte. Os parques haviam fechado a compra de equipamentos com a argentina Impsa, que entrou em recuperação judicial.
De acordo com relatório de fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as obras ainda não começaram nas usinas, que precisariam iniciar a produção de eletricidade em setembro deste ano.
No momento, segundo uma das fontes, a J&F conversa com a agência para tentar um novo prazo ou um excludente de responsabilidade, que a exima de eventuais multas por atraso, bem como segue em negociações para substituir a Impsa por um novo fornecedor de turbinas.
Já as linhas de transmissão da empresa estão no cronograma, com a previsão de entrega dos projetos entre o final deste ano e 2016. Após a entrega, a holding reavaliará os investimentos nos setor, e, caso decida por não seguir com os aportes, colocará o portfólio à venda.
Se a decisão fosse tomada hoje, no entanto, seria pela venda dos ativos e suspensão de novos investimentos. "Sem dúvida, o cenário não é tão atraente", disse uma das fontes.
Uma outra fonte afirmou, também sob anonimato, que o desenrolar da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, ajudou a complicar ainda mais o ambiente para investimentos, ao reduzir a oferta de fornecedores e parceiros para empreendimentos em grandes projetos de infraestrutura.
A holding J&F possui negócios em diversos segmentos, como o financeiro, por meio do Banco Original, agronegócio, celulose e cosméticos.
Os aportes do braço de infrestrutura da holding no setor elétrico foram feitos por meio do Fundo de Investimentos em Participações (FIP) Caixa Milão, administrado pela Caixa Econômica Federal.
Além de transmissão e geração, a J&F chegou a revelar interesse na aquisição da distribuidora de energia elétrica Celpa, que pertencia ao Grupo Rede e acabou comprada pela Equatorial em 2012, após entrar em recuperação judicial.