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Itaú Unibanco descarta grandes aquisições em 2018

Compras de ativos têm sido um assunto frequente nos últimos anos do Itaú Unibanco, pontuado pela compra do chileno CorpBanca

Itaú: "O foco por enquanto é elevar a rentabilidade para níveis mais próximos aos dos rivais locais", disse Bracher (Sergio Moraes/Reuters)

Itaú: "O foco por enquanto é elevar a rentabilidade para níveis mais próximos aos dos rivais locais", disse Bracher (Sergio Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de fevereiro de 2018 às 21h12.

São Paulo - O Itaú Unibanco não planeja fazer grandes aquisições em 2018, dado o mercado altamente concentrado no país e questões fiscais que deixam o banco em desvantagem na disputa por ativos na América Latina, disse o presidente-executivo Candido Bracher.

"Não planejamos grandes dispêndios de capital para aquisições neste ano", disse Bracher a jornalistas, em resposta a uma pergunta sobre planos de compra de ativos pelo maior grupo financeiro da América Latina.

Compras de ativos têm sido um assunto frequente nos últimos anos do Itaú Unibanco, pontuado pela compra do chileno CorpBanca, que também tem operações na Colômbia.

No entanto, com a fraca performance recente desses ativos, refletindo o cenário econômico adverso e dificuldades maiores na integração, o Itaú Unibanco preferiu se concentrar mais em melhorar o desempenho operacional.

"O foco por enquanto é elevar a rentabilidade para níveis mais próximos aos dos rivais locais", disse Bracher.

O executivo explicou ainda que a alíquota de Imposto de Renda de 45 por cento sobre instituições financeiras no Brasil também deixa os bancos do país em desvantagem na briga por ativos fora do país. Isso porque, pela regulação, são obrigados a pagar ao governo brasileiro a diferença de eventual alíquota menor de imposto, como é o caso no Chile, de 30 por cento.

"Isso nos obriga a aplicar um desconto maior sobre eventuais ativos que queiramos comprar, o que já nos deixa para trás em relação a competidores de outros países", disse Bracher.

Na Brasil, o Itaú Unibanco está concentrado na integração das operações do Citi, comprado em 2016, enquanto aguarda a aprovação regulatória para outra aquisição, a da XP Investimentos, no ano passado.

Sem planos de aquisições relevantes, o Itaú Unibanco tem gradualmente elevado o volume de distribuição de lucros a acionistas. Incluindo dividendos e juros sobre o capital próprio, o percentual do lucro distribuído, que era de 30,6 por cento em 2015, subiu para 70,6 por cento no ano passado. Foram cerca de 17,6 bilhões de reais.

No plano doméstico operacional, um dos focos do Itaú Unibanco em 2018, será crescer a carteira de crédito em linhas para pessoas físicas e empresas de pequeno e médio portes, as que já puxaram o crescimento após vários trimestres em queda.

A carteira de veículos, por exemplo, subiu pela primeira vez em mais de cinco anos.

Em outra frente, o Itaú Unibanco pretende conter a sangria na Rede, seu braço de adquirência. Nos últimos anos, em meio à entrada de uma série de novos concorrentes no mercado de meios eletrônicos de pagamentos, a participação de mercado da Rede (ex-Redecard) caiu praticamente à metade, para cerca de 20 por cento atualmente.

O movimento aconteceu quase simultaneamente ao crescente foco do Itaú Unibanco no mercado de cartões, com os empréstimos do setor chegando à um terço da carteira de pessoa física no fim de 2017, enquanto as receitas com o setor também subiram forte.

"Em 2018, a Rede deve perder menos mercado e sofrer menor pressão sobre as margens", disse Bracher.

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