A Itapemirim Transportes Aéreos realizou o primeiro voo hoje, 29, de Guarulhos (SP) a Brasília (DF) (Grupo Itapemirim/Divulgação)
Gabriel Aguiar
Publicado em 29 de junho de 2021 às 12h13.
Última atualização em 30 de junho de 2021 às 10h08.
A Itapemirim Transportes Aéreos realizou o primeiro voo hoje, 29, de Guarulhos (SP) a Brasília (DF). E a EXAME participou do trajeto inaugural – realizado um dia antes do início das operações comerciais, já confirmado para quarta-feira, 30. Confira como é viajar com a nova companhia aérea.
Para começar, o site da companhia aérea revela que essa é uma empresa nova, mas que parece ter um pé no passado, porque ainda não é compatível com o smartphones. Mais que isso, falta aplicativo próprio para controlar a viagem. Então, o jeito é fazer o check-in à moda antiga, indo até o balcão do aeroporto.
Só que, para quem está de olho no preço, a companhia aérea tem passagens bem mais em conta que as rivais – para o próximo fim de semana, as passagens de ida e volta de São Paulo a Brasília estavam pouco abaixo de 1.000 reais, contra cerca de 1.500 reais de Azul, Gol e Latam para os mesmos trechos.
Pouco após começar as vendas, a Itapemirim já oferecia bilhetes até 65% mais baratos quando comparados à concorrência, mas também houve remarcações e cancelamentos por conta da “readequação da malha aérea”. Inicialmente, serão oito destinos, com previsão de chegar a 35 cidades brasileiras ainda neste ano.
Cinco aeronaves estavam previstas para o início das operações, só que, por enquanto, apenas duas ficaram prontas a tempo – outras duas estão em etapa final de personalização e a última está prevista para chegar ao país no fim de julho. E, de acordo com os planos da companhia, serão 50 unidades em doze meses.
Inicialmente, a frota será composta pelo modelo Airbus A320ceo, de geração anterior, comprados de segunda mão. Em relação à família atualizada (que chama A320neo), os motores são mais ruidosos e menos econômicos. Para os passageiros, a novata oferece mais espaço, com a mesma cabine de 162 lugares da finada Avianca Brasil.
Também existem outras vantagens, como a possibilidade de reservar os assentos e despachar uma bagagem sem nenhuma cobrança. E ainda está na promessa o serviço de bordo mais refinado, que não está em operação por conta da pandemia da covid-19 e não foi detalhado pela Itapemirim.
Com poltronas mais finas que aquelas utilizadas pela Avianca Brasil, sobra mais espaço às pernas na cabine. Se o revestimento é de couro sintético, ao estilo das principais concorrentes, faltam sistemas de entretenimento individuais. Por ora, não há conteúdo disponível aos passageiros.
De acordo com a companhia aérea, diferentes opções de entretenimento estão em estudo – como o aplicativo já utilizado pela Latam. Além disso, não há sistema de internet a bordo, oferecida nas principais rivais, ainda que apenas a Azul disponibilize essa funcionalidade gratuitamente.
São 29 cm de distância entre assento e encosto da poltrona à frente, conforme a aferição da EXAME. Porém, não foi possível reclinar na aeronave do voo inaugural – que não foi totalmente reconfigurada, segundo a tripulação. Entretanto, há oito tomadas USB em cada fileira, sempre localizadas sob os bancos.
Antes mesmo do primeiro voo, a companhia aérea confirmou a intenção de disputar a liderança do mercado doméstico brasileiro (que, hoje, pertence à Azul). Fruto do investimento de fundos árabes, a Itapemirim também adiantou os planos para começar a operar trajetos até a Europa em 2023.
Para a operação internacional, prevista para 2023, Sidnei Piva, presidente do grupo Itapemirim, promete abrir uma nova companhia aérea na Europa, com centro das operações em Lisboa, Portugal. Para isso, serão incluídas aeronaves maiores e haverá parceria com a empresa recém-fundada no Brasil.
Por aqui, serão 50 aeronaves nos próximos meses, sendo 40 unidades do Airbus A320ceo e outras 10 do A319 – um pouco menor. De acordo com o executivo, após a primeira fase das operações, será analisada a regionalização da companhia, o que pode incluir novos modelos à frota.
Para o presidente, o maior diferencial será o serviço de bordo e o espaço na cabine. “Será algo visto apenas na Varig ou na Emirates”, diz Piva. Para contornar a proibição da Anvisa em relação à alimentação na aeronave, o presidente garante que será criada uma solução alternativa no mês de julho– que ainda não foi detalhada.