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Indústria farmacêutica pode iniciar ciclo de aquisições

Com dinheiro em caixa, grande companhias do setor, como Pfizer e GlaxoSmithKline, devem investir na compra de pequenas concorrentes que detenham produtos bem posicionados no mercado

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A indústria farmacêutica pode iniciar um ciclo de aquisições neste ano, de acordo com o americano The Wall Street Journal. As maiores companhias do setor, como Pfizer, Merck e GlaxoSmithKline, saíram de 2004 com um bom volume de recursos em caixa. Nos Estados Unidos, por exemplo, o governo incentiva a repatriação de lucros de multinacionais, ao reduzir de 35% para 5,25% a taxa cobrada sobre o ingresso de recursos no país. O dinheiro, contudo, não pode ser aplicado na aquisição de ações da própria companhia em circulação no mercado, nem no aumento dos dividendos pagos aos acionistas. Por isso, a compra de outras empresas surge como uma saída natural para reinvestir o capital.

A americana Pfizer, por exemplo, líder mundial do setor, alcançou vendas de 52,5 bilhões de dólares no ano passado. Os lucros que repatriará para os Estados Unidos somam cerca de 38 bilhões, além de recursos já em caixa. Sua compatriota Merck, que luta para provar que desconhecia os efeitos nocivos de seu antiinflamatório Vioxx conta com 14 bilhões de dólares em caixa, além de outros 15 bilhões que podem ser repatriados.

Além de usar o dinheiro em caixa, a indústria farmacêutica tenta administrar outra necessidade, que é suprir as demandas do consumidor com novos produtos adquirindo fábricas bem posicionadas no mercado. Segundo analistas, o alvo preferencial das gigantes do setor serão as pequenas e médias empresas como a Bristol-Myers Squibb e a Wyeth, nos Estados Unidos, que possuem uma sólida linha de produtos. Na Grã-Bretanha, a AstraZeneca é uma das cotadas para ser adquirida pela Glaxo. O mercado também especula sobre uma possível fusão entre a Schering-Plough e a Merck, que já mantêm uma parceria para o desenvolvimento de remédios contra o colesterol.

A indústria farmacêutica tem se esforçado, por muitos anos, para desenvolver uma gama de produtos capaz de manter as taxas de crescimento de sua receita. Muitas empresas estão completando suas pesquisas internas com o licenciamento de drogas criadas por pequenas companhias de biotecnologia. Como o mercado de licenciamento continua aquecido, devido à disputa entre grandes companhias pelas licenças mais lucrativas, os acordos estão ficando cada vez mais caros. Por isso, os analistas afirmam que a compra das pequenas empresas pelas grandes pode ser uma alternativa para driblar também essa dificuldade.

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