Aprendizagem Profissional: SENAI desenvolve trilhas formativas alinhadas a setores como logística, análise de dados, eletromecânica e mais (Gabriel Pinheiro/SENAI/Divulgação)
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Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 16h59.
A Aprendizagem Profissional, iniciativa do SENAI voltada a jovens entre 14 e 24 anos e pessoas com deficiência, volta ao centro das discussões sobre formação e retenção de mão de obra na indústria. Isso porque empresas de todo o país têm recorrido ao modelo como forma de suprir a falta de profissionais qualificados e reduzir custos com recrutamento e treinamento.
A estratégia ganha força em 2025, ano em que o setor abriu mais de 53 mil vagas para aprendizes só no primeiro semestre. O programa combina aulas práticas e teóricas com foco direto na rotina industrial, garantindo que o jovem aprenda em laboratórios e ambientes simulados que reproduzem linhas de produção reais.
“Para as empresas, significa acesso a uma força de trabalho em formação, orientada por currículos moldados às necessidades do setor”, diz Gustavo Leal, diretor-geral do SENAI.
Com isso, diretores e gestores de RH veem no modelo mais do que uma forma de cumprir a legislação. A parceria com o SENAI funciona como mecanismo de produtividade, retenção de talentos e fortalecimento da competitividade.
Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, mais de 664 mil jovens foram contratados entre janeiro e maio de 2025 — o maior número desde a atualização da lei, em 2000.
A vantagem central da Aprendizagem Profissional está no desenho curricular: o SENAI desenvolve trilhas formativas alinhadas a setores como logística, análise de dados, eletromecânica, soldagem, construção civil, têxtil e vestuário. Clique aqui para acessar os cursos.
A metodologia inclui plantas didáticas, workstations industriais e projetos orientados por instrutores com experiência de chão de fábrica, o que reduz a necessidade de treinamentos adicionais por parte das empresas.
Felipe Morgado, superintendente de Educação Profissional do SENAI, explica que a instituição “aproxima a formação da operação real da indústria, evitando lacunas de conhecimento e encurtando o tempo de adaptação do aprendiz ao ambiente produtivo.”
Na prática, o processo torna mais simples a integração do jovem à rotina fabril e eleva a produtividade em setores onde o déficit de mão de obra qualificada pressiona custos e afeta competitividade.
A contratação de aprendizes também tem efeito direto sobre a reputação das empresas. Ao investir em formação técnica, a indústria reforça políticas de responsabilidade social e amplia oportunidades para jovens que buscam seu primeiro emprego com carteira assinada.
Para Leal, a combinação entre formação gratuita, orientação contínua e acompanhamento do desempenho cria um “pipeline de talentos” preparado para crescer na carreira industrial.
Ao mesmo tempo, a instituição simplifica processos e garante conformidade legal sem burocracia — ponto sensível para médias e grandes empresas que precisam estruturar políticas internas de formação.
O setor produtivo vê o movimento como oportunidade estratégica. Investir em aprendizes reduz a rotatividade, fortalece equipes técnicas e acrescenta previsibilidade ao planejamento de médio prazo, num cenário marcado por transformações tecnológicas e exigência crescente de qualificação.