No primeiro trimestre deste ano, o Itaú Unibanco seguiu reduzindo a oferta de recursos para a compra de veículos (Alexandre Battibugli/EXAME)
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2013 às 11h45.
São Paulo - A elevação da inadimplência do Itaú Unibanco, considerando os atrasos acima de 60 dias, no primeiro trimestre não preocupa, segundo Alfredo Egydio Setubal, vice-presidente executivo e diretor de Relações com Investidores do banco. No período, o indicador total passou de 3,6% em dezembro para 4% em março.
"Essa subida é reflexo da ressaca de fim de ano, carnaval, férias. Não é nada que preocupe. Faz parte e é tendência normal de atrasos sazonais do primeiro trimestre do ano", explicou Setubal, em teleconferência com analistas e investidores.
Apesar do aumento no indicador de atrasos acima de 60 dias, o Itaú Unibanco melhorou a inadimplência levando em conta os atrasos superiores a 90 dias. Passou de 4,8% em dezembro último para 4,5% em março.
Veículos
O Itaú Unibanco segue com a estratégia de reduzir a sua exposição no crédito em veículos e aumentar a carteira de crédito consignado (com desconto em folha), de acordo com Setubal. O executivo ressaltou o crescimento do crédito imobiliário.
No primeiro trimestre deste ano, o Itaú Unibanco seguiu reduzindo a oferta de recursos para a compra de veículos. De janeiro a março, o montante liberado somou R$ 48,532 bilhões, declínio de 5,2% ante o quarto trimestre do ano passado. Na comparação com 12 meses, a queda foi ainda maior, de 17,8%.
Já a carteira de crédito consignado do banco totalizou R$ 16,2 bilhões no primeiro trimestre de 2013, aumento de 20,1% em relação aos três meses imediatamente anteriores.
Na comparação com o mesmo intervalo do ano passado, a alta foi ainda maior, de 48,1%. O imobiliário evoluiu 31,3% na comparação anual e 6,2% ante dezembro.
"A carteira de crédito consignado está crescendo num ritmo bastante bom. A joint-venture com o BMG já está operacional neste ano e isso tem contribuído para a expansão desta carteira. Nossa estratégia continua de redução de veículos e crescimento no consignado", concluiu Setubal.
Basileia
Se as regras de Basileia 3 fossem implantadas hoje, o Itaú Unibanco estaria com capital de nível I de 10%, acima do intervalo de 7% a 9,5% exigido pelo Banco Central (BC) em 2019, segundo Setubal. "Não teremos problemas de adaptação para Basileia 3", ressaltou.
O executivo destacou que o Itaú Unibanco não precisará fazer emissão de capital para cumprir as exigências do BC para Basileia 3. A implantação da nova estrutura de capital no País, cujo cálculo de capital mínimo para risco de crédito foi alterado, segundo o BC, inicia-se em outubro de 2013.