Inadimplência do BB piora e vai a 4,1% no 2º trimestre
Apesar da piora tanto na pessoa jurídica quanto na física, pesou no indicador, sobretudo, maiores calotes de empresas
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de agosto de 2017 às 13h12.
São Paulo - A inadimplência do Banco do Brasil , considerando os atrasos acima de 90 dias, piorou pelo segundo trimestre consecutivo. Foi a 4,11% ante 3,89% nos três meses anteriores.
Um ano, quando o indicador estava em 3,26%, houve aumento de 0,85 ponto porcentual. Apesar da piora tanto na pessoa jurídica quanto na física, pesou no indicador, sobretudo, maiores calotes de empresas.
No trimestre passado, o BB já havia sinalizado que um caso pontual do setor de telecom impactou sua inadimplência, mas que já estava mapeado. Os bancos têm sentido efeito da crise e dos pedidos de recuperação judicial por parte das empresas, dentre eles, o da operadora Oi.
Excluindo casos específicos, a inadimplência acima de 90 dias do banco teria sido de 3,70% ao final de junho contra 3,47% em março. Em um ano, estava em 2,85%.
A inadimplência da pessoa jurídica do BB ficou em 7,35% ao final de junho contra 6,83% em março e 4,82% em um ano. Sem o caso específico, o indicador seria de 6,21% no segundo trimestre contra 5,70% no primeiro.
Já o indicador de calotes, considerando atrasos de 90 dias, das pessoas físicas piorou de 3,09% ao término de março para 3,34% em junho. Em 12 meses, estava em 2,37%.
Na contramão, o índice de inadimplência de curto prazo do BB, com atrasos acima de 15 dias, melhorou no segundo trimestre ao ficar em 6,04% contra 6,91% no primeiro. Em um ano, porém, houve piora de 1,14 ponto porcentual.
Provisões
As despesas com provisões para devedores duvidosos (PCLD) do Banco do Brasil totalizaram R$ 6,658 bilhões no segundo trimestre, queda de 19,6% ante um ano, de R$ 8,277 bilhões.
Em relação aos três meses anteriores, quando esses gastos somaram R$ 6,713 bilhões, houve declínio de 0,8%. Nos semestre, as despesas com provisões foram a R$ 13,371 bilhões, redução de 23,2% em um ano, de R$ 17,422 bilhões.
O saldo de provisões atingiu R$ 27,501 bilhões ao final de junho, redução de 9,1% ante mesmo intervalo de 2016, de R$ 30,248 bilhões. Na comparação com os três meses anteriores, quando a cifra era de R$ 29,119 bilhões, caiu 5,6%.
Índice da Basileia
O índice da Basileia do Banco do Brasil ficou em 18,0% no segundo trimestre, leve redução de 0,1 ponto porcentual ante os três meses anteriores. Em um ano, porém, teve melhora de 1,5 p.p. O índice mede quanto o banco pode emprestar sem comprometer o seu capital. Neste caso, quanto maior, melhor.
Da Basileia no segundo trimestre, 12,4% referiram-se ao capital de nível 1, de melhor qualidade, estável em relação ao trimestre anterior. Em um ano, foi vista melhora de 1,1 p.p.
O índice de capital principal do banco também permaneceu estável em 9,2% no segundo trimestre contra o primeiro. No comparativo anual, houve melhora de 0,8 p.p.
O BB destaca, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, que, seu índice de capital principal, considerando as novas regras de Basileia III, seria de 9,11%.