Para importador, sobretaxa do tênis beneficia Vulcabrás
Para empresas como Nike, Adidas e Puma, a tarifa antidumping inviabiliza seus negócios e pode comprometer os investimentos para a Copa do Mundo e Olimpíadas
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
Última atualização em 28 de agosto de 2019 às 16h27.
São Paulo - Os importadores de tênis estão reclamando que a sobretaxa contra a importação de produtos chineses beneficia só uma empresa - a Vulcabrás, do empresário Pedro Grendene. Eles afirmam que a tarifa antidumping inviabiliza seus negócios e pode comprometer os investimentos para a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Oito empresas se uniram para tentar retomar as negociações com o governo. O grupo inclui as multinacionais Nike, Adidas, Asics , Puma, New Balance, Skechers e companhias nacionais como Penalty/Cambuci e São Paulo Alpargatas.
Desde março, o Brasil cobra US$ 13,85 por par de sapato importado da China. Os fornecedores estabelecidos nesse país são acusados de praticar dumping, que é vender abaixo do preço de custo. A sobretaxa vigorará por cinco anos e é adicional à tarifa de importação de 35%. A proposta dos importadores é segmentar o dumping e negociar uma "banda de preços" para os tênis. A sobretaxa mudaria conforme o preço do produto.
"Reunimos todas as empresas, menos a Vulcabrás, que está sendo beneficiada. Queremos criar uma agenda positiva com o governo e mostrar as consequências da medida", disse o presidente da Adidas, Marcelo Ferreira. Segundo ele, a Adidas está reavaliando os investimentos no Brasil por causa da sobretaxa. O vice-presidente da Asics, Giovani Decker, também atacou a Vulcabrás. "Nos causa curiosidade o fato de o presidente da Abicalçados ser também presidente da única empresa beneficiada pela tarifa".
O diretor executivo da Vulcabrás e presidente da Abicalçados, Milton Cardoso, afirma que "é uma mentira" que só Vulcabrás produz tênis no Brasil. Segundo ele, existem 249 fabricantes de calçados esportivos no País, muitas situadas nas cidades de Nova Serrana (SP). Desse total, 93 assinaram um manifesto de apoio à medida antidumping. O executivo disse que não pode revelar o nome das empresas, porque muitas são fornecedoras das multinacionais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .
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