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Impactada pela crise, IBM anuncia demissões em meio à pandemia

Companhia tem mais de 350 mil empregados em todo o mundo e anunciou redução na receita e no lucro no primeiro trimestre

IBM: nesta semana, o site holandês LetsGoDigital revelou que a empresa registrou patente para um relógio inteligente que é capaz de se transformar em uma espécie de celular (Joern Pollex/Getty Images)

Mariana Desidério

Publicado em 22 de maio de 2020 às 09h33.

Última atualização em 22 de maio de 2020 às 12h42.

A gigante de tecnologia IBM vai cortar vagas de emprego em meio à pandemia do novo coronavírus . A companhia não divulga quantas serão as demissões e afirma que a decisão tem como objetivo tornar a empresa mais ágil. De acordo com o Wall Street Journal, os cortes podem afetar milhares de pessoas. A companhia tem mais de 350 mil empregados em todo o mundo.

“A atuação da IBM em um mercado altamente competitivo exige flexibilidade para adaptar constantemente habilidades de alto valor, e nossas decisões sobre nossa força de trabalho são tomadas levando em consideração o interesse de longo prazo de nossos negócios", afirmou a empresa em comunicado na quinta-feira, 21.

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Este é o primeiro corte sob o comando do novo CEO da gigante da tecnologia, Arvind Krishna, que assumiu a empresa no início de abril. Krishna tem o desafio de vencer esse período difícil na economia global e colocar a empresa de volta no prumo. Isso porque os problemas da IBM são anteriores à covid-19. O preço da ação teve poucas mudanças nos últimos dez anos e já caiu 20% nos últimos três meses.

A crise mundial causada pelo vírus segurou investimentos em todo o mundo, inclusive no campo da tecnologia. Na divulgação do seu último balanço em 20 de abril, a IBM anunciou uma redução de 3% das vendas e de 26% no lucro líquido no primeiro trimestre de 2020 por causa da crise do novo coronovírus e decidiu retirar as suas previsões aos investidores sobre o faturamento para 2020.

Uma dificuldade de empresas como a IBM é convencer as companhias a fazerem grandes investimentos de TI num momento de recessão econômica. Nessa situação, muitas empresas devem rever os seus gastos com a suas operações e com as suas infraestruturas de TI, e novos investimentos tendem a ser adiados.

Segundo a consultoria IDC, especializada no setor de tecnologia, somente na América Latina, o setor de TI deve ter uma queda de 15 bilhões de dólares em receitas em 2020.

Apesar disso, o momento global traz oportunidades. Em apresentação recente, o CEO afirmou que a transformação digital dos negócios se acelerou de forma inédita durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo ele, é preciso que as empresas “preparem o terreno” para o mundo pós-covid-19, em que haverá uma integração cada vez maior entre as operações digitais e físicas.

“A jornada da transformação que deveria durar alguns anos está agora sendo compactada em alguns meses”, disse o executivo. “Se existe uma lição desta pandemia da covid-19 é a importância crítica das soluções de tecnologia que permitem agir com velocidade, flexibilidade, discernimento e inovação.”

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