Oi: previsão é de que assembleia de credores aconteça até o final de setembro (Nacho Doce/Reuters)
Tatiana Vaz
Publicado em 28 de junho de 2017 às 17h56.
Última atualização em 28 de junho de 2017 às 18h09.
São Paulo – O maior pedido de recuperação da história, feito pela Oi, completa um ano sem nenhuma conclusão nem um acordo entre a companhia e os milhares de credores. Nesta semana, a busca por uma solução chegou ao outro lado do mundo.
De acordo com informações da coluna Radar de Veja, Hélio Costa, ex-ministro das telecomunicações e um dos conselheiros da empresa, viajou à Xangai com a missão de negociar com investidores chineses um aporte na companhia depois da aprovação do plano de recuperação.
A coluna Broadcast da Agência Estado afirma que as conversas estão sendo mantidas com o grupo chinês TPG e ZTE, com assessoria do Banco Modal, que negou as informações ao jornal.
Não é a primeira vez que a companhia recorre a uma solução vinda da China. Em dezembro de 2015, quando a Oi tinha uma dívida que ultrapassava 50 bilhões de reais e um sócio importante envolvido na Lava Jato (André Esteves, do BTG Pactual), um aporte de longo prazo de 1,2 bilhão de dólares foi feito pela China Development Bank (CDB), o BNDES chinês.
Seis meses depois, a operadora brasileira entrava com o pedido de recuperação judicial que envolve 55.000 credores e quase 65 bilhões de reais em dívida.
Nesta última sexta-feira, dia 23, a Oi propôs fazer o pagamento para credores de até 50.000 reais, os das chamadas Classes 1, 3 e 4. A ideia era facilitar o pagamento de pequenas dívidas com fornecedores antes da votação do plano de recuperação da empresa.
Uma liminar, que atende a um recurso do CDB, suspendeu a mediação extrajudicial que a empresa pretendia colocar em prática e que poderia atender 90% dos credores. O banco alega que a iniciativa prejudicaria o pagamento dos créditos maiores, como o que mantido com ele.
Ao mesmo tempo, a Oi levou uma multa de 50 milhões de reais da Anatel por cobrança de serviços de terceiros sem a devida constatação da autorização expressa dos assinantes.
A previsão é de que a assembleia de credores aconteça até o final de setembro. Já as incertezas sobre a empresa estão sem data para acabar.