Negócios

Hipermercados franceses travam guerra no Brasil

O Casino responde à ofensiva do concorrente Carrefour aumentando sua participação no Pão de Açúcar

Uma fonte do grupo CBD afirmou que o Casino fará tudo para bloquear o projeto de fusão Pão de Açúcar-Carrefour
 (Philippe Huguen/AFP)

Uma fonte do grupo CBD afirmou que o Casino fará tudo para bloquear o projeto de fusão Pão de Açúcar-Carrefour (Philippe Huguen/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2011 às 11h57.

Paris - O grupo francês de distribuição Casino respondeu à ofensiva do concorrente Carrefour sobre sócio CBD Pão de Açúcar com um aumento de 6,2% de sua participação no grupo brasileiro, que chegou assim a 43,1%.

"Com este novo aumento significativo da participação, o grupo reafirma seu compromisso no Brasil", destaca o Casino em um comunicado, um dia depois do anúncio de um projeto de fusão entre a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD) e a filial brasileira do Carrefour, executado de maneira sigilosa.

O custo e as circunstâncias da operação não foram divulgados. Mas a corretora CM-CIV calcula que o Casino pode ter desembolsado 550 milhões de euros (mais de um bilhão de reais).

"A batalha acaba de começar e as notícias podem ser divulgadas a uma cadência constante em função da evolução do projeto de aproximação", destacou Jean-Marie L'Home, analista da Aurel.

As novas ações adquiridas são preferenciais e não têm direito a voto. Portanto, não alteram o controle da CBD, exercido em conjunto pelo grupo Casino e a família Diniz.

Tradicionalmente, o controle da CBD é do Wilkes, a holding conjunta do Casino com a família Diniz. Mas desde que surgiram os primeiros boatos sobre negociações entre Pão de Açúcar e Carrefour, o Casino aumentou a participação direta na CBD em duas ocasiões.

Em um primeiro momento, adquiriu 3,3% a mais de títulos em meados de junho e agora 6,2% adicionais.

Uma fonte do grupo afirmou que o Casino fará tudo para bloquear o projeto de fusão Pão de Açúcar-Carrefour.

Em entrevista Jornal Nacional da rede Globo, o empresário Abílio Diniz - que defende a fusão com o Carrefour -, afirmou: "Espero que o Casino analise a proposta recebeu com atenção, com cuidado, sem emoção".

Mas para L'Home, o grupo Casino mantém uma vantagem na batalha, sobretudo porque as autoridades brasileiras que regulamentam a concorrência podem manifestar preocupação com o nascimento de um gigante da distribuição.

Ao mesmo tempo, o Casino anunciou que reorganizará sua estratégia na América Latina, que considera área chave no desenvolvimento internacional.

A filial colombiana Exito, da qual o grupo francês possui 54,8%, efetuará um aumento de capital de 1,4 bilhão de dólares para acelerar a expansão.

A empresa colombiana utilizará parte dos recursos arrecadados para comprar as filiais uruguaias do Casino (Disco e Devoto) por 746 milhões de dólares.

A transação, que a Casino espera concluir durante o segundo trimestre, deve ser neutra sobre o lucro por ação, segundo o grupo francês.

Acompanhe tudo sobre:CarrefourCasinoComércioEmpresasEmpresas abertasEmpresas francesasFusões e AquisiçõesPão de AçúcarParcerias empresariaisSupermercadosVarejo

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia