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Hard Rock faz acordo com fundo para trazer resorts ao Brasil

A empresa fechou contrato com o fundo brasileiro VCI, que captou R$ 300 milhões com emissão de debêntures para dar o pontapé inicial no país

Hard Rock: as duas primeiras unidades já estão com as obras em andamento (Creative Commons/Wikimedia Commons)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de dezembro de 2017 às 09h17.

São Paulo - Conhecida principalmente pelos restaurantes decorados com instrumentos musicais e objetos que já pertenceram a grandes nomes da música , a rede Hard Rock também tem uma operação de hotéis e resorts que deverá inaugurar duas unidades no Brasil até 2020.

Presente em cidades como Punta Cana (República Dominicana) e Cancún (México), a empresa fechou contrato com o fundo brasileiro VCI, que captou R$ 300 milhões com emissão de debêntures (títulos de dívida) para dar o pontapé inicial do negócio no País.

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As duas primeiras unidades já estão com as obras em andamento, diz Samuel Sicchierolli, presidente do VCI. Serão erguidas na Praia de Lagoinhas (a 80 km de Fortaleza) e na Ilha do Sol (localizada em uma represa na região de Londrina, no Paraná). Nesses dois casos, conta o executivo, o fundo adquiriu empreendimentos que passavam por dificuldades para terminar as obras. Um terceiro empreendimento, em Caldas Novas (GO), será construído do zero.

Embora o investimento nos resorts seja do fundo brasileiro, a Hard Rock fará a gestão dos hotéis. A ideia é garantir um padrão global. Segundo Sicchierolli, uma das dificuldades para colocar em pé a parceria com a rede americana foi justamente a padronização dos quartos e áreas comuns, o que exigiu adaptações nas unidades que já estavam em construção.

O contrato com a Hard Rock vai representar um "salto" para o fundo VCI no mercado hoteleiro. Até agora, o único projeto que o investidor havia montado é o Tryp by Wyndham, que opera dentro do Aeroporto Internacional de Guarulhos e não faz mais parte do portfólio do fundo. O objetivo, segundo Sicchierolli, é iniciar as vendas dos projetos dos resorts da Hard Rock entre maio e junho de 2018.

Planos de expansão

A chegada ao Brasil faz parte de um plano de rápida expansão da operação de hotéis e resorts da Hard Rock - nos países onde a lei permite, o grupo também abre cassinos anexos aos projetos de hospedagem.

Segundo o vice-presidente de desenvolvimento da Hard Rock Resorts, Todd Hricko, a empresa tem hoje 26 projetos em operação e fechou 35 novos contratos para novas unidades ao longo dos últimos três anos.

O objetivo da Hard Rock, explica Hricko, é chegar a cem hotéis e resorts sob contrato até 2020. Por isso, ele diz que existe espaço para a Hard Rock abrir mais resorts no Brasil tanto com o próprio VCI - que já tem um quarto projeto em gestação, em Natal - quanto com outros investidores.

Segundo fontes do setor, o início da operação por Lagoinhas, Caldas Novas e Ilha do Sol mostra que, pelo menos nesses três projetos, a Hard Rock Resorts está apostando que o poder de atração da marca ajude a alavancar destinos que hoje ainda são relativamente desconhecidos, como Lagoinhas, ou têm importância regional, como Caldas Novas e Ilha do Sol. Uma fonte do setor classifica os destinos como secundários, sem o poder de atração do Rio de Janeiro ou de capitais do Nordeste.

Expansão

Por outro lado, a Hotel Invest, empresa que faz pesquisa e desenvolvimento na área de hospedagem, pondera que o mercado de resorts vive uma espécie de "boom" no País, beneficiada pelo câmbio ao redor de R$ 3,30, que deixa as viagens internacionais mais caras para os turistas.

Segundo Diogo Canteras, sócio da Hotel Invest, a taxa média de ocupação dos resorts brasileiros hoje está em 64%. Como esses empreendimentos têm flutuação sazonal, isso quer dizer que a ocupação na alta temporada hoje é próxima de 100%. "O time share, que é a venda antecipada de hospedagem, dá fôlego adicional a esse setor. E é algo que a Hard Rock já faz lá fora", diz o especialista.

A recuperação do setor ajudou a Previ (fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil) a vender, em novembro, a deficitária operação do resort Costa do Sauipe, na Bahia, para a Termas do Rio Quente, por R$ 140 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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