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Gustavo Borges se firma como empresário das piscinas

Ex-nadador leva seu método de ensino à África do Sul e planeja expansão da rede de academias que fatura cerca de 13,5 milhões só em mensalidades

Gustavo Borges: parceria com rede sul-africana é o primeiro passo para a internacionalização (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2011 às 12h30.

São Paulo - “Eu sempre quis ser empresário”. A frase soaria clichê se seu autor fosse um dos tradicionais nomes do mundo dos negócios no país. A afirmação, no entanto, é do ex-nadador – e atual empresário – Gustavo França Borges. Depois de se aposentar em 2004, nos jogos de Atenas, Borges resolveu se dedicar completamente à vida de empresário. Agora, aos 38 anos, ele pretende ser tão bem-sucedido nos negócios como nas piscinas.

Nesta quarta-feira (27/4), o ex-atleta anunciou a parceria com outra estrela da natação: o campeão olímpico sul-africano Ryk Neethling. Com a parceria, Borges leva pela primeira vez ao exterior o Método Gustavo Borges, desenvolvido em parceria com seus sócios, sob supervisão do técnico William Urizzi. A metodologia foi criada em 2005, quatro anos depois da abertura da primeira unidade da rede de academias que leva seu nome. Trata-se de uma sistematização de rotinas que organizam as aulas e aprimoram as estratégias de ensino da natação. Tudo isso dividido em níveis e idades, com avaliações feitas ao longo de um ano pelos professores. A inspiração veio do que é ensinado na Acuática Nelson Vargas, no México.

“O método do Gustavo é eficiente, por isso o procurei”, diz Neethling que competiu diversas vezes com o brasileiro. Assim como Borges, o ex-nadador sul-africano de 33 anos abriu uma academia na cidade de Pretoria há dois anos. Hoje já são 1.000 alunos e o número deve aumentar com a nova metodologia de ensino. “Vamos focar na implementação na África do Sul neste ano, mas ela estará pronta para qualquer país do mundo”, disse Borges a EXAME.com. “A ideia é que a África do Sul seja a base para todo o continente.” No Brasil, a Metodologia Gustavo Borges que conta hoje com 183 licenciados, entre academias, escolas e clubes, num total de 45.000 alunos.

A rede de academias Gustavo Borges tem cinco unidades: três em Curitiba, uma em Londrina e uma em São Paulo. “Queremos chegar a 12 unidades próprias até 2016”, diz o ex-nadador Renato Ramalho, sócio de Gustavo, com quem dividiu o quarto nas Olimpíadas de Barcelona, na Espanha, em 1992. Criada pela dupla e pelos dois amigos Felipe Malburg e Gustavo Pinto, também ex-nadadores, a primeira unidade foi inaugurada em 2002, em Curitiba, cidade natal de Renato.

Os valores de faturamento não são revelados, mas é possível estimar quanto Borges e seus sócios ganham com os negócios. Segundo Renato, as licenciadas pagam 18.000 reais no primeiro ano e 12.600 reais nos anos seguintes. Com as 183 licenciadas atuais, apenas no primeiro ano a rede faturou cerca de 3,294 milhões de reais. Com a meta de ter mais 67 licenciados – somando 250 até fevereiro de 2012 – a rede arrecadará mais 1,2 milhão de reais também apenas no primeiro ano. Nas cinco unidades da academia, são 7.500 alunos que pagam mensalidades de no mínimo 150 reais – o que totaliza cerca de 13,5 milhões de reais por ano.


Formado em Economia pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos – onde morou durante 10 anos – Borges escolheu o curso em vez de Administração para não atrapalhar os horários dos treinos de natação. O “sacrifício” valeu a pena. Borges é hoje um dos maiores nomes da natação brasileira, ganhador de quatro medalhas olímpicas, três recordes mundiais, entre outros feitos.

Três anos antes da aposentadoria, Gustavo Borges já levava as competições paralelamente aos negócios – a primeira de cinco unidades da academia que leva seu nome havia sido inaugurada em Curitiba, e ele era sócio-investidor de bares na capital paulista. “Abri mão dos bares porque eu não estava no dia-a-dia das decisões, então preferi me dedicar à minha paixão”, diz.

A transição das piscinas para a vida empresarial foi natural. “A minha principal dificuldade foi na contratação de pessoas. Às vezes era difícil saber se o candidato era o ideal”, conta. Para aprimorar suas habilidades, Borges compareceu em 2009 e 2010 ao curso de gestão da The International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA), associação criada para reunir e treinar profissionais do setor de esporte, sob o ponto de vista de negócios. Entrar nas piscinas agora só a lazer. As águas viraram um empreendimento.

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São Paulo - “Eu sempre quis ser empresário”. A frase soaria clichê se seu autor fosse um dos tradicionais nomes do mundo dos negócios no país. A afirmação, no entanto, é do ex-nadador – e atual empresário – Gustavo França Borges. Depois de se aposentar em 2004, nos jogos de Atenas, Borges resolveu se dedicar completamente à vida de empresário. Agora, aos 38 anos, ele pretende ser tão bem-sucedido nos negócios como nas piscinas.

Nesta quarta-feira (27/4), o ex-atleta anunciou a parceria com outra estrela da natação: o campeão olímpico sul-africano Ryk Neethling. Com a parceria, Borges leva pela primeira vez ao exterior o Método Gustavo Borges, desenvolvido em parceria com seus sócios, sob supervisão do técnico William Urizzi. A metodologia foi criada em 2005, quatro anos depois da abertura da primeira unidade da rede de academias que leva seu nome. Trata-se de uma sistematização de rotinas que organizam as aulas e aprimoram as estratégias de ensino da natação. Tudo isso dividido em níveis e idades, com avaliações feitas ao longo de um ano pelos professores. A inspiração veio do que é ensinado na Acuática Nelson Vargas, no México.

“O método do Gustavo é eficiente, por isso o procurei”, diz Neethling que competiu diversas vezes com o brasileiro. Assim como Borges, o ex-nadador sul-africano de 33 anos abriu uma academia na cidade de Pretoria há dois anos. Hoje já são 1.000 alunos e o número deve aumentar com a nova metodologia de ensino. “Vamos focar na implementação na África do Sul neste ano, mas ela estará pronta para qualquer país do mundo”, disse Borges a EXAME.com. “A ideia é que a África do Sul seja a base para todo o continente.” No Brasil, a Metodologia Gustavo Borges que conta hoje com 183 licenciados, entre academias, escolas e clubes, num total de 45.000 alunos.

A rede de academias Gustavo Borges tem cinco unidades: três em Curitiba, uma em Londrina e uma em São Paulo. “Queremos chegar a 12 unidades próprias até 2016”, diz o ex-nadador Renato Ramalho, sócio de Gustavo, com quem dividiu o quarto nas Olimpíadas de Barcelona, na Espanha, em 1992. Criada pela dupla e pelos dois amigos Felipe Malburg e Gustavo Pinto, também ex-nadadores, a primeira unidade foi inaugurada em 2002, em Curitiba, cidade natal de Renato.

Os valores de faturamento não são revelados, mas é possível estimar quanto Borges e seus sócios ganham com os negócios. Segundo Renato, as licenciadas pagam 18.000 reais no primeiro ano e 12.600 reais nos anos seguintes. Com as 183 licenciadas atuais, apenas no primeiro ano a rede faturou cerca de 3,294 milhões de reais. Com a meta de ter mais 67 licenciados – somando 250 até fevereiro de 2012 – a rede arrecadará mais 1,2 milhão de reais também apenas no primeiro ano. Nas cinco unidades da academia, são 7.500 alunos que pagam mensalidades de no mínimo 150 reais – o que totaliza cerca de 13,5 milhões de reais por ano.


Formado em Economia pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos – onde morou durante 10 anos – Borges escolheu o curso em vez de Administração para não atrapalhar os horários dos treinos de natação. O “sacrifício” valeu a pena. Borges é hoje um dos maiores nomes da natação brasileira, ganhador de quatro medalhas olímpicas, três recordes mundiais, entre outros feitos.

Três anos antes da aposentadoria, Gustavo Borges já levava as competições paralelamente aos negócios – a primeira de cinco unidades da academia que leva seu nome havia sido inaugurada em Curitiba, e ele era sócio-investidor de bares na capital paulista. “Abri mão dos bares porque eu não estava no dia-a-dia das decisões, então preferi me dedicar à minha paixão”, diz.

A transição das piscinas para a vida empresarial foi natural. “A minha principal dificuldade foi na contratação de pessoas. Às vezes era difícil saber se o candidato era o ideal”, conta. Para aprimorar suas habilidades, Borges compareceu em 2009 e 2010 ao curso de gestão da The International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA), associação criada para reunir e treinar profissionais do setor de esporte, sob o ponto de vista de negócios. Entrar nas piscinas agora só a lazer. As águas viraram um empreendimento.

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