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GPA cria loja em hipermercado em que clientes não entram

No GPA, o comércio eletrônico cresceu 30% no terceiro trimestre do ano e a varejista está criando diversos formatos de lojas e centros de distribuição

E-store: A primeira unidade do novo formato foi aberto na cidade do Rio de Janeiro, no Extra Hiper Barra (Grupo Pão de Açúcar/Divulgação)

Karin Salomão

Publicado em 25 de novembro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 25 de novembro de 2019 às 09h01.

O GPA t em um novo modelo de loja, mas os consumidores não poderão fazer compras no local. O espaço, chamado de e-store, é voltado para o estoque do comércio eletrônico e será construído dentro da estrutura já existente dos hipermercados Extra.

Assim como o hipermercado tradicional, o local terá prateleiras e corredores recheados com os produtos mais comprados, mas o objetivo é facilitar a logística e as entregas das compras feitas pela internet. O local fará o abastecimento das marcas Pão de Açúcar e Extra e, no futuro, servirá para entregadores do aplicativo James Delivery.

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A primeira unidade do novo formato foi aberto na cidade do Rio de Janeiro, no Extra Hiper Barra. As próximas capitais a receberem uma e-store são Belo Horizonte e Brasília, no início de 2020.

Se os mercados são tradicionalmente organizados de forma a tornar a compra mais prazerosa, o estoque é pensado e organizado para que o entregador ande o menor trajeto possível.

A empresa também desenvolveu um aplicativo interno que calcula o trajeto a ser feito entre as estantes para coletar todos os produtos, como se fosse um "Waze do entregador", para reduzir o tempo de coleta. Atualmente, a entrega mais rápida é a Express, que pode demorar quatro horas. Com as novas e-stores, o GPA espera cortar esse tempo pela metade.

O mix de produtos dentro da e-store é diferente do que há nos mercados. É mais enxuto e atende aos hábitos de consumo do comércio eletrônico, complementares aos das lojas físicas.

No Pão de Açúcar, as compras se concentram entre vinhos, cervejas especiais e produtos de limpeza. Já no Extra, os produtos mais fortes são de mercearia básica e itens de recorrência como fraldas infantis. "São produtos com marcas fortes e compras sem prazer, que não precisam ser feitas em loja", diz Rodrigo Pimentel, diretor de e-commerce do GPA.

Uma solução para cada caso

No GPA, o comércio eletrônico cresceu 30% no terceiro trimestre do ano. Para atender esse crescimento, a varejista está criando diversos formatos de lojas e centros de distribuição. "O cliente está cada vez mais impaciente para receber o que compra pela internet", afirma Pimentel.

A e-store foi a alternativa escolhida para o Rio de Janeiro pelo crescimento das vendas online. Na cidade, as vendas do comércio eletrônico ainda não são tão altas que demandem a construção de um centro de distribuição dedicado, como acontece com a cidade de São Paulo.

Por isso, a criação de pequenos estoques em grandes hipermercados é a melhor solução no momento para o Rio de Janeiro, de acordo com o diretor.

A companhia tem um grande centro de distribuição dentro da cidade de São Paulo, com 27 mil metros quadrados e semi-automatizado, voltado unicamente para o comércio eletrônico.

Além disso, metade das vendas pode ser enviada a partir das lojas - há 80 lojas preparadas para enviar itens comprados pela internet apenas na cidade de São Paulo. No Brasil, há 114 lojas do GPA preparadas para esse modelo e no ano que vem esse número deve subir para 200.

"O crescimento da modalidade do clique e retite é muito acelerado, pois não tem cobrança de frete, uma das barreiras do comércio eletrônico. Para nós, também é bom pois o cliente pode lembrar de outro item que precisa comprar", diz Pimentel.

Concorrência

O GPA não é o único a adaptar suas lojas ao crescimento do comércio eletrônico. Seu maior concorrente, o Carrefour, também busca novas soluções logísticas para entrega.

A companhia tem um modelo de loja semelhante ao do GPA, chamado de side store, voltada para as compras do comércio eletrônico. Já são com cinco unidades em três cidades. “Nas lojas, há um risco maior de rupturas e demoras”, diz o presidente do Carrefour, Noël Prioux, em coletiva com jornalistas em novembro.

Grande parte das compras são retiradas pelos próprios clientes: o clique e retire atingiu 27% do comércio eletrônico. Já há 28 lojas preparadas para o clique e retire de carro, com uma vaga especial no estacionamento reservada para quem irá pegar os produtos, e 106 mercados adaptados para o clique e retire normal.

“Tratamos de ver como podemos acelerar nos nossos sistemas e usar nossos ativos, que já temos, para oferecer novos serviços”, afirma Prioux. Os novos serviços, como a parceria com o Rappi e o clique e retire, trouxeram 190 milhões de reais em vendas para o Carrefour nos nove primeiros meses do ano.

No Carrefour, o comércio eletrônico cresceu 60% nos últimos nove meses e já representa 11% das vendas totais do varejo, excluindo gasolina.

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