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Granado vende fatia de 35% para espanhola Puig por R$ 500 mi

A espanhola Puig, que controla a marca Carolina Herrera, comprou uma fatia de 35% da Granado por R$ 500 milhões


	Grando: empresa vai usar dinheiro da venda para pagar dívidas, e quer aproveitar parceria com espanhola para se internacionalizar
 (Divulgação/Granado)

Grando: empresa vai usar dinheiro da venda para pagar dívidas, e quer aproveitar parceria com espanhola para se internacionalizar (Divulgação/Granado)

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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2016 às 08h36.

São Paulo - A Granado, fabricante e varejista brasileira de cosméticos e perfumaria, fechou ontem a venda de uma fatia de 35% da companhia para a espanhola de moda e perfumes Puig, em um negócio avaliado em R$ 500 milhões.

Com sede em Barcelona, o grupo espanhol, que faturou 1,65 bilhão de euros em 2015, controla marcas de luxo como Carolina Herrera e Jean Paul Gaultier.

As tratativas entre as duas companhias começaram em janeiro. Desde junho, a Puig tinha a exclusividade nas negociações. O controle da Granado continuará nas mãos de Christopher Freeman, empresário americano, ex-executivo do Citibank, que comprou a companhia em 1994, em estado quase falimentar.

Dez anos depois, ele fez o mesmo com outra marca que andava esquecida, a Phebo. Hoje, o negócio como um todo fatura cerca de R$ 400 milhões ao ano.

Tanto Freeman, hoje presidente da empresa, quanto sua filha Sissi, diretora de marketing e vendas, continuarão nos cargos. A Puig, segundo fontes de mercado, terá presença apenas no conselho de administração.

A Granado foi assessorada pelos bancos Itaú BBA e BTG Pactual e pelos escritórios de advocacia Stocche Forbes e Eskenazi Pernidji.

Nesta terça-feira, 27, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Sissi Freeman confirmou o negócio, sem detalhar valores, e afirmou que a Puig ganhou a vantagem nas negociações porque aceitou a ideia de entrar na Granado com uma fatia minoritária e sem a pressão de resultados de curto prazo.

Cerca de 20 fundos de private equity (que compram participações em empresas) chegaram a olhar o ativo, conforme informações de mercado.

"Nós construímos a Granado por mais de 20 anos e meu pai tinha a intenção de que a empresa permanecesse na família", explicou Sissi. "Nossa visão para este negócio continua a ser de longo prazo."

Dívida

O dinheiro levantado pela aquisição será investido na própria companhia, segundo a executiva. Para construir sua nova fábrica, na cidade de Japeri (RJ), a Granado havia feito uma emissão de debêntures, que agora serão quitadas, reduzindo o gasto da companhia com juros.

Os recursos também deverão ajudar a expandir a rede da companhia, que hoje tem cerca de 50 pontos de venda próprios, além de distribuição em farmácias e em varejo especializado multimarcas.

Internacionalização

A Puig serve ainda a outro objetivo da Granado: a busca do mercado internacional. Depois de dar um "banho de loja" nas duas marcas, que antes eram conhecidas por produtos de baixo valor agregado, a companhia já deu os primeiros passos lá fora, com a venda de seus produtos na loja de departamentos parisiense Le Bon Marché. Agora, com a ajuda da nova sócia, o objetivo é abrir mais espaço na Europa e nos Estados Unidos.

A Granado, diz Sissi, tem percebido que o caráter de resgate da história do Brasil, presente tanto nas embalagens quanto na formulação dos produtos, é um fator de atração para o cliente estrangeiro. Pesa também a favor da empresa o desenvolvimento de itens com princípios ativos associados à brasilidade, como castanha e açaí.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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