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Gol busca parcerias para expandir negócios

Empresa vai abrir mão de rotas internacionais e focar na parceria com companhias aéreas de outros países

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Se no passado a TAM seguiu a Gol, aderindo ao modelo de baixo custo para ganhar competitividade nos vôos domésticos, agora é a vez da Gol copiar o modelo da concorrente para conquistar espaço no mercado internacional por meio da Varig, comprada pela companhia em março do ano passado. Após anunciar um prejuízo de 24 milhões de reais no quarto trimestre de 2007 e suspender os vôos da Varig para três destinos no exterior, a Gol decidiu investir em parcerias com companhias aéreas de outros países para fortalecer seus negócios.

De acordo o presidente do grupo, Constantino de Oliveira Junior, já estão em andamento negociações com a francesa Air France e com as espanholas Iberia e Air Europa. "Não temos a intenção de elevar a quantidade de rotas para a Europa. Preferimos manter apenas os vôos para Paris e Madri e, por meio das parcerias, distribuirmos passageiros por todo o continente, além de Ásia e África", diz Oliveira Junior.

Recentemente, a Gol informou que suspenderia os vôos da Varig para Londres, Roma e Frankfurt. Na América do Sul, em contrapartida, a Gol deixará de fazer vôos diretos do Brasil para o Chile e o Peru - rotas já atendidas pela Varig. Para os analistas, a reestruturação das rotas mostra que a Gol subestimou a concorrência no mercado internacional, representada pela TAM e pelas companhias estrangeiras. Com isso, passou a voar com baixas taxas de ocupação nesses trechos.

Pelas normas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Varig tem 180 dias para retomar os vôos suspensos para a Europa, caso contrário, perderá o direito de operar para estes destinos. Os trechos seriam, então, redistribuídos pelo governo para companhias brasileiras. "A não ser que surja algum negócio interessante, não nos interessa manter essas rotas", afirma o presidente da Gol.

A estratégia de ampliar a área de atuação por meio de acordos com companhias de outros países foi um dos fatores que proporcionou à TAM um salto de oito pontos percentuais em sua participação de mercado no segmento de vôos internacionais nos últimos 12 meses. Somente no ano passado, a empresa fechou 30 novas parcerias, ampliando de 34 para 64 seu número de acordos para conexões internacionais.

A decisão de abrir mão de alguns vôos internacionais fundamenta-se não só no mau momento pelo qual a companhia está passando, mas também em seu modelo de negócios. A Gol experimentou rápido crescimento no mercado brasileiro mesclando baixo custo com a cobrança de tarifas reduzidas. "Acreditamos nesse modelo e pretendemos mantê-lo", diz Oliveira Junior.

Nos últimos meses, ficou claro que esse sistema não combina com viagens de longa duração. A própria suspensão dos vôos da Gol para Santiago e Lima, na América do Sul, são o melhor exemplo. As pesquisas revelaram que os passageiros não aceitaram bem a proposta de um vôo internacional de média duração em apenas uma classe de serviços - a econômica. Por isso, as rotas foram desativadas em prol da Varig, que faz o mesmo percurso e oferece duas classes: executiva e econômica.

Nova York

A baixa taxa de ocupação da Varig em rotas internacionais - em janeiro ficou em 59%, mesmo número de 12 meses antes e menor que os 73% da média do setor - também é causada pela ausência de destinos atraentes para os passageiros. Os Estados Unidos, por exemplo, um dos países mais procurados pelos brasileiros, ainda não são atendidos pelo grupo Gol-Varig.

Somente em novembro, terão início os vôos para Nova York, um dos maiores pólos de turismo e negócios do mundo. Para operar a rota, a Varig encomendou novas aeronaves, que devem ser entregues entre setembro e outubro. Segundo Oliveira Junior, até lá, 100% da frota da companhia, que hoje conta com 30 aviões, já deverá ter sido renovada.

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